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Txaí Suruí volta à ONU para denunciar Bolsonaro
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Um ano depois de abrir a Conferência da ONU para Mudanças Climáticas em Glasgow, chamar a atenção mundial e deixar as autoridades brasileiras irritadas, a líder indígena Txaí Suruí volta às Nações Unidas. Nesta quarta-feira, no Conselho de Direitos Humanos da entidade, ela pediu por meio de um vídeo que governos estrangeiros coloquem pressão sobre o Brasil.
Falando em nome das entidades Conectas Direitos Humanos, Kanindé, Instituto Socioambiental, Instituto Maíra, Associação Jupaú e Associação Kowit, ela chamou a atenção "para o avanço das violações de direitos humanos contra os povos da Amazônia e os graves crimes socioambientais".
"Promessas de desmatamento zero e promoção de projetos de transição energética não são suficientes. Essas ações precisam estar conectadas com a proteção da vida e da dignidade dos povos da floresta", alertou. Essa foi sua primeira participação em um encontro da s Nações Unidas desde a cúpula, em Glasgow.
Nesta quarta-feira, a ONU realiza uma série de reuniões sobre a situação dos povos indígenas. A situação brasileira desponta como uma das mais alarmantes no mundo, enquanto relatores internacionais, ativistas e mesmo governos estrangeiros insistem que as medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro são insuficientes para lidar com a crise atravessada pelos grupos indígenas.
A avaliação de Txaí é de que cabe aos governos estrangeiros colocarem pressão sobre o Brasil e sobre as empresas que exploram a região. "É necessário que os governos exijam comprometimento real das empresas por cadeias produtivas transparentes e livres de trabalho escravo. Livre de desmatamento e crimes socioambientais", pediu.
"Em todo o mundo, é necessário questionar a origem dos produtos que consumimos. É preciso que os bancos não financiem o desmatamento, como a recente campanha do Parlamento Europeu que precisa ganhar escala para o mundo", apelou.
"Pedimos à comunidade internacional que exija do governo brasileiro medidas mais enérgicas e efetivas para a proteção das pessoas que vivem em florestas, como na Amazônia, e que estão em perigo", declarou.
Ela não foi a única a fazer a denúncia. Também esteve presente uma delegação que conta com Maurício Yekwana, presidente da associação Hutukara, que reúne os Yanomami e Yekwana, além de Patxon Metuktire, representante das associações que reúnem os Kayapó e o cacique Yabuti Metuktire, representando o conjunto da Aliança que reúne os quatro povos e sobrinho do cacique Raoni.
O tradicional líder indígena que chegou a ser apresentado como candidato para o prêmio Nobel da Paz não pode participar da missão por ter sido submetido a uma cirurgia na semana passada.
Ainda durante o encontro, a ONU escutará o testemunho de Neidinha Surui. Ela falará em nome de duas das terras indígenas mais desmatadas do Brasil, localizadas na Amazônia, onde vivem povos indígenas de recente contato como os Arara da Terra Indígena Cachoeira Seca e Uru-Eu-Wau-Wau.
Essas terras indígenas sofreram, segundo ela, diretamente com o aumento do desmatamento na Amazônia e com o aumento das ameaças e violências diante do avanço dos crimes de garimpo ilegal, grilagem de terras e venda ilegal de madeira e gado.
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