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Opositores ao regime de Putin e seus aliados vencem prêmio Nobel da Paz
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O prêmio Nobel da Paz de 2022 foi anunciado hoje para representantes da sociedade civil na Rússia, Ucrânia e Belarus. O gesto foi recebido como um recado claro de apoio à oposição que é obrigada a enfrentar a repressão de Vladimir Putin e seus aliados na região. Os organizadores do prêmio ainda aproveitaram o anúncio dos vencedores para pedir que o presidente russo deixe de reprimir ativistas de direitos humanos.
Foram escolhidos o defensor dos direitos humanos Ales Bialiatski, de Belarus, a organização russa de direitos humanos Memorial e a organização ucraniana de direitos humanos Centro para Liberdades Civis.
Existia a expectativa de que o prêmio fosse concedido ao líder da oposição, Alexei Navalny, ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e à líder das manifestações em Belarus, Svetlana Tikhanovskaya. Se a mensagem foi a mesma, Oslo optou por dar destaque para entidades da sociedade civil, e não políticos.
Com um número recorde de inscritos para o prêmio - mais de 340 nomes - Oslo teve a incumbência de escolher os vencedores em meio à maior ameaça à segurança europeia desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Ao anunciar o prêmio, os organizadores deixaram claro que a guerra na Ucrânia pesou na decisão e esperam que a decisão possa contribuir para a paz.
Mas a declaração também ocorre no dia dos 70 anos do líder russo. "Este prêmio não é dirigido ao presidente Putin, não pelo seu aniversário, ou em qualquer outro sentido - exceto que seu governo, como o governo de Belarus, está representando um governo autoritário que está suprimindo os ativistas dos direitos humanos", disse Berit Reiss-Andersen, a chefe do Comitê do Nobel.
"E a atenção que Putin chamou a si mesmo que é relevante neste contexto é a forma como a sociedade civil e os defensores dos direitos humanos estão sendo reprimidos", alertou. "E isso é o que gostaríamos de abordar com este prêmio. E nós sempre damos um prêmio por algo e a alguém e não contra ninguém", completou.
Para ativistas de direitos humanos, a escolha foi direcionada ao Kremlin. "No dia dos 70 anos de Putin, o Nobel é dado a um grupo de direitos humanos que ele fechou, a um grupo de direitos humanos ucraniano que está documentando crimes de guerra e um ativista de direitos humanos que seu aliado [Alexander] Lukashenko [presidente de Belarus] botou na prisão", declarou Ken Roth, um dos principais defensores de direitos humanos no mundo e chefe da Human Rights Watch.
Já o governo russo tentou minimizar o anúncio. "Não ligamos para isso", declarou o embaixador da Rússia na ONU, Gennady Gatilov.
Imediatamente, líderes europeus usaram a ocasião para mandar também seus recados ao Kremlin. Nas redes sociais, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que Oslo prestou homenagem aos "defensores indefectíveis dos direitos humanos na Europa". "Artesão da paz, eles sabem que podem contar com o apoio da França", disse.
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