Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Explosão na Crimeia deixa mundo em estado de alerta máximo
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A explosão na ponte que liga a Crimeia ao território russo ecoa pelo mundo e coloca embaixadores, negociadores e governos em estado de alerta máximo. Fontes em Moscou declararam ao UOL que, diante do ataque, a perspectiva de muitos observadores e até de serviços de inteligência é de que o presidente Vladimir Putin será obrigado a reagir.
"Putin não pode e não vai deixar barato", afirmou um diplomata do mais alto escalão, no Kremlin. O que todos tentam entender, neste momento, é se o ataque vai ser classificado pelos russos como exemplo de ameaça ao território nacional.
Qual a importância disso? Há semanas, Putin sinalizou que apenas usaria armas estratégicas ou nucleares caso seu território fosse ameaçado ou se houvesse um risco "existencial" para o país.
Ou seja: Se tal evento for considerado como um ataque ao território russo, o temor é de que a guerra possa estar entrando em sua fase mais ameaçadora. Nas capitais, militares e governos se debruçam neste sábado para entender se a resposta de Putin será convencional, nuclear ou até no campo cibernético.
Na ONU, todos se lembram da declaração de Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia, ao alertar os ucranianos que qualquer ataque contra a ponte na Crimeia teria consequências. "Espero que eles entendam qual seria o alvo de uma retaliação", disse.
A ponte, de fato, não é qualquer obra. Para Putin, trata-se do símbolo da anexação da península e a conclusão de um "sonho" de diversas gerações de russos. "Finalmente, o milagre ocorreu", disse em 2018 quando a obra foi inaugurada.
Olhar estrangeiro. Naquele mesmo ano, numa viagem que fiz até a cidade de Ialta e outros locais da Crimeia, ficava evidente que a estratégia dos russos era de intensificar as obras de infraestrutura para garantir à população local que a anexação resultaria em uma melhoria das condições de vida.
Mas sempre que tentei saber a opinião dos cidadãos —no mercado de verduras, nos restaurantes ou entre os funcionários públicos— fui orientado a não fazer a pergunta. "Não podemos responder a essas perguntas", disse uma vendedora de alimentos num mercado tradicional de Ialta.
Rússia isolada. Outra preocupação entre os diplomatas é a total ausência de canais de diálogo com o Kremlin, pelo menos por parte do Ocidente. Com sanções que isolaram a Rússia no campo financeiro, diplomático e comercial, foram reduzidos os espaços para uma negociação.
Hoje, porém, governos de diferentes partes do mundo buscam formas de voltar a estabelecer o diálogo ou pelo menos evitar aprofundar ainda mais o colapso das pontes de negociação.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.