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Eleitores de Bolsonaro pedem ação da ONU e intervenção do exército
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Acusada de ser "comunista", de atuar em nome do interesse de Luiz Inácio Lula da Silva, de estar ao lado do regime venezuelano e de ser um dos arautos do globalismo, a ONU presenciou nesta quarta-feira um protesto por parte de 20 brasileiros em Genebra que pediam a ação da entidade e denunciavam uma suposta "fraude" na eleição brasileira.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e observadores estrangeiros garantiram que o processo eleitoral no Brasil não demonstrou qualquer irregularidade, enquanto até mesmo aliados estrangeiros de Jair Bolsonaro reconheceram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
No país, vozes como a do vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos), acenaram para o fato de que o processo eleitoral estava encerrado.
Mas, para esses brasileiros, a suposta fraude ocorreu. Carregando cartazes pedindo a "intervenção federal" e "exército já", o grupo vestia as camisas da seleção brasileira diante do prédio de uma entidade que fez alertas contra eventuais intervenções no processo eleitoral brasileiro e que já declarou sua chancela ao processo de escolha do novo presidente.
Ao conversar com a reportagem do UOL, os integrantes do protesto insistiam ainda em atacar a suposta censura do TSE contra a imprensa e atos que estavam "calando jornalistas".
"Queremos pedir uma intervenção militar. Não é justo que a população sofra com uma eleição que não é legítima", disse um deles. "Queremos que as forças armadas intervenham", apontou.
Eles ainda apontaram que queriam pedir que a entidade fosse "realmente imparcial" e que "desse esse apoio à população brasileira, que pede transparência".
"A ONU ela tem essa força para poder intervir contra o poder que atua contra a população brasileira", disse um dos membros do grupo.
Perguntados sobre o fato de a ONU ter passado os últimos quatro anos denunciando as violações de direitos humanos por parte de Bolsonaro, os brasileiros colocaram em questão o que foi denunciado. "Será que essa crítica tem fundamento? Ou foi um ativismo da imprensa?", perguntou um deles.
Desde 2019, a ONU tem denunciado a violência promovida pelo governo, a desinformação usada em campanhas eleitorais, os ataques contra povos indígenas, o encolhimento do espaço cívico, as ameaças contra jornalistas, o negacionismo climático de Bolsonaro e dezenas de outros temas.
Há dois meses, a então alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, ainda criticou Bolsonaro por seus ataques contra o TSE.
A ONU ainda foi alvo de duros ataques por parte dos membros do governo Bolsonaro, que acusavam a entidade de ser de esquerda, de defender uma agenda internacional contrária à soberania e de defender um suposto "globalismo".
Perguntados sobre o discurso de Bolsonaro, proferido na terça-feira, o grupo elogiou o presidente. "Um grande chefe de estado e que sabe respeitar a Constituição. Ele respeita a democracia", afirmaram.
Para um deles, "há uma ditadura por parte da esquerda, que cala jornalista e usa a máquina pública a favor de um ex-presidente".
Questionados sobre o fato de a Suíça já ter reconhecido o processo eleitoral brasileiro, a explicação foi outra. Para eles, a culpa é a da imprensa, que "mostrou Lula como inocentado".
Perguntados se, então, o governo da Suíça foi enganado pela imprensa, a resposta foi contundente: "com certeza".
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