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Jamil Chade

REPORTAGEM

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ONU condena "assalto à democracia" no Brasil

Reunião do Conselho de Segurança da ONU  - CARLO ALLEGRI/REUTERS
Reunião do Conselho de Segurança da ONU Imagem: CARLO ALLEGRI/REUTERS

Colunista do UOL

08/01/2023 21h04

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A mais alta instância da diplomacia internacional emitiu um alerta sobre a crise vivida pelo Brasil. O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, declarou neste domingo que "condena o assalto de hoje às instituições democráticas do Brasil".

"A vontade do povo brasileiro e das instituições do país deve ser respeitada. Estou confiante de que assim será. O Brasil é um grande país democrático", afirmou o português.

A iniciativa ocorre depois de a agência passou a acompanhar com preocupação a violência por parte de golpistas. Nos bastidores da entidade, uma instabilidade no Brasil poderia causar um terremoto político na América Latina, que já vive um momento de fragilidade.

O Brasil faz parte dos membros rotativos do Conselho de Segurança da ONU e, portanto, uma crise no país foi considerado como alarmante por diversos parceiros do país.

Em outro comunicado, o Sistema das Nações Unidas afirmou que "está acompanhando com preocupação os eventos de hoje (8 de janeiro), quando manifestantes atacaram e violentamente invadiram prédios públicos em Brasília, inclusive o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal".

"A ONU condena veementemente qualquer ataque dessa natureza, que representa uma séria ameaça às instituições democráticas. A ONU pede às autoridades que priorizem o reestabelecimento da ordem e que defendam a democracia e o Estado de direito", declarou o escritório das Nações Unidas no Brasil.

Na ONU, o relator Clement Voule também se manifestou. "Condenamos tais práticas e qualquer tentativa de minar o voto democrático no Brasil", disse.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos também emitiu um comunicado no qual "repudia ataques às instituições e à violência em Brasília, que representa um atentado contra a democracia".

"O direito de reunião deve ser pacífico, sem armas e com estrito apego ao estado de direito. Todos os responsáveis devem ser investigados e sancionados", pediu o relator.