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Após Brasília, líderes mundiais articulam resolução de apoio à democracia
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Pela primeira vez em décadas, organismos internacionais serão acionados para sair em defesa da democracia brasileira. A meta, porém, não é apenas de condenar os atos do fim de semana em Brasília. Mas lançar uma mensagem clara de repúdio às ameaças da extrema direita e movimentos que ganham força em diversas partes do mundo.
A partir desta segunda-feira, os governos do Chile e da Colômbia iniciam uma ofensiva diplomática para conseguir apoio suficiente para que a OEA (Organização dos Estados Americanos) realize uma reunião de emergência de seu conselho.
Na ocasião, governos serão convidados a votar uma resolução que irá:
- condenar os atos golpistas,
- reconhecer a legitimidade do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva e
- rejeitar qualquer questionamento das instituições democráticas no país e em outros locais.
Para que a reunião seja convocada, o apelo precisa contar com 18 dos mais de 30 países da OEA. Inicialmente, Santiago e Bogotá queriam a realização de uma espécie de cúpula, com chanceleres sendo chamados até Washington para o encontro.
Luis Almagro, secretário-geral da OEA, chegou a qualificar os atos no Brasil de "fascistas" e sinalizou que apoiaria a iniciativa.
Mas, dentro do Itamaraty, há um temor de que tal gesto acabe dando ao mundo uma sinalização de fragilidade das instituições democráticas do Brasil. O governo não quer dar a impressão de que precisa de ajuda externa para garantir sua democracia e nem que é o "estado fracassado".
Conforme o UOL antecipou no domingo, o chanceler Mauro Vieira fez questão de lançar a mensagem aos seus parceiros pelo mundo de que a democracia estava assegurada e que a Justiça atuaria contra os responsáveis pelos atos golpistas.
Ainda assim, diante da globalização do movimento de extrema direita, a decisão de realizar uma condenação regional e com o apoio de órgãos internacionais como a Europa e aliados é visto por outros governos como uma resposta necessária.
O temor de serviços de inteligência de várias partes da América Latina é de que movimentos similares ao bolsonarismo estejam sendo alimentados, com o objetivo de promover rupturas democráticas, questionamento das instituições e até de resultados eleitorais.
O tema também chegou a algumas das principais capitais europeias. A reação em cadeia, no domingo, de mais de 50 governos pelo mundo de apoio ao Brasil também revelou que esses países estão preocupados não apenas com o destino da América Latina, mas também da capacidade desse movimento extremista de promover uma ruptura em suas próprias instituições.
Nos bastidores, serviços de Justiça e de Inteligência já começam a conversar sobre a troca de informações sobre atores de extrema direita, espalhados por diferentes territórios nacionais.
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