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Brasil vetou menção à OCDE em comunicado com Biden
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O governo brasileiro vetou uma proposta feita pela equipe do presidente Joe Biden de incluir na declaração final do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma referência à adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Os dois presidentes se reuniram em Washington na sexta-feira, no primeiro encontro presencial entre os líderes. Mas o processo de negociação sobre o que seria tratado durou semanas.
Numa das versões da minuta da reunião que seria divulgada para a imprensa mundial, os americanos sugeriram que o texto trouxesse um apoio de Biden aos esforços feitos pelo governo brasileiro para conseguir entrar no organismo internacional.
O gesto americano foi considerado como um agrado que Biden queria fazer ao novo presidente brasileiro. Mas o Palácio do Planalto pediu que a referência fosse vetada.
A adesão à OCDE tinha sido uma ambição do governo de Jair Bolsonaro, que colocou o processo como seu grande trunfo de política externa. Para isso, abriu mão de direitos na OMC (Organização Mundial do Comércio) e cedeu em diversos pontos da agenda bilateral, na esperança de conseguir um apoio de Donald Trump.
No ano passado, a OCDE de fato iniciou o processo de convite ao Brasil. Mas deixou claro que temas como meio ambiente e corrupção eram obstáculos reais no governo Bolsonaro.
No caso de Lula, sua equipe nunca foi uma entusiasta do processo. A OCDE é vista como um fórum importante e que pode ajudar o desenvolvimento de certas práticas. O processo de adesão continuará a ser debatido.
Mas não é nem uma prioridade e nem um elemento que convença o governo a fazer concessões.
Lula já indicou que quer trabalhar para o fortalecimento de outros órgãos, principalmente na América Latina e com outros países emergentes.
Agora, o gesto do governo Lula foi recebido entre os americanos como uma sinalização de que, de fato, não se trata de uma prioridade.
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