Piolhos, catapora e infecções: OMS alerta para surtos de doenças em Gaza
Num informe publicado nesta quarta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que a população na Faixa de Gaza registra uma explosão de doenças.
Os números da entidade apontam que, desde meados de outubro de 2023, foram registrados mais de 33.551 casos de diarreia. Mais da metade desses casos ocorre em crianças menores de cinco anos, um aumento significativo em comparação com uma média de 2.000 casos mensais em crianças menores de cinco anos em 2021 e 2022.
Além disso, foram relatados:
- 8944 casos de sarna e piolhos
- 1005 casos de catapora
- 12635 casos de erupção cutânea
- 54.866 casos de infecções respiratórias superiores
"Como as mortes e os ferimentos em Gaza continuam a aumentar devido à intensificação das hostilidades, a superlotação intensa e a interrupção dos sistemas de saúde, água e saneamento representam um perigo adicional: a rápida disseminação de doenças infecciosas", diz a entidade.
Na avaliação da OMS, a falta de combustível levou ao fechamento de usinas de dessalinização, aumentando significativamente o risco de infecções bacterianas que se espalham à medida que as pessoas consomem água contaminada. A falta de combustível também interrompeu toda a coleta de resíduos sólidos, criando um ambiente propício para a proliferação rápida e generalizada de insetos e roedores que podem transportar e transmitir doenças, explicou a agência.
A situação é particularmente preocupante para 1,5 milhão de pessoas deslocadas em Gaza — especialmente aquelas que vivem em abrigos extremamente superlotados, com acesso precário a instalações de higiene e água potável, aumentando o risco de transmissão de doenças infecciosas.
Outra constatação é a interrupção das atividades de vacinação de rotina, além da falta de medicamentos para o tratamento de doenças transmissíveis. "A conectividade limitada com a Internet e o funcionamento do sistema telefônico restringem ainda mais nossa capacidade de detectar possíveis surtos precocemente e responder com eficácia", diz a entidade.
Nas instalações de saúde, os sistemas de água e saneamento danificados e a diminuição dos suprimentos de limpeza tornaram "quase impossível" manter as medidas básicas de prevenção e controle de infecções.
Esses acontecimentos aumentam substancialmente o risco de infecções decorrentes de traumas, cirurgias, tratamento de feridas e partos. Pacientes com câncer correm um risco especial. "O gerenciamento de resíduos médicos nos hospitais foi gravemente prejudicado, aumentando ainda mais a exposição a materiais perigosos e infecções", constata.
Mais uma vez, a OMS fez um apelo urgente para que a ajuda humanitária - incluindo combustível, água, alimentos e suprimentos médicos - chegue até a Faixa de Gaza.
6 comentários
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Ivan Leite Albanese
H o l o c a u s t o palestino atualizado. Até agora, Israel e x t e r m i n o u 5 mil crianças, 3 mil mulheres, 1 mil idosos, todos indefesos, todos inocentes. Israel destruiu 258 escolas, 52 mesquitas, 32 ambulâncias, 16 hospitais. Israel afirma que isso é "direito de defesa". A Alemanha n a z i s t a na Segunda Guerra também fez afirmação idêntica. A Rússia salvou o mundo na Segunda Guerra mas agora está ocupada com os n a z i s t a s da Ucrânia. Quem salvará os palestinos do Campo de Concentração de Gaza? Resistam crianças, mulheres e idosos palestinos!
Antonio Carlos Massabni
E outras doenças mortais transmitidas por fungos e bactérias!
Paulo Leonardi Filho
É realmente muito triste. Mas quando um povo é conivente com terroristas este é um risco calculado.