Jamil Chade

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Sem presença da Rússia, Lula não aceita ir à 'cúpula de paz' sobre Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que não irá à cúpula que ocorrerá na Suíça, em junho, para debater um plano de paz para a Ucrânia. O motivo: o governo disse que não faz sentido a existência de um processo sem a participação da Rússia.

O evento está sendo organizado para ocorrer depois da cúpula do G7, na Itália, na esperança de convencer os principais líderes ocidentais a viajar até a Suíça para o encontro.

Lula também foi convidado, conforme foi revelado pelo UOL durante a viagem do chanceler Mauro Vieira para a Suíça há duas semanas. Mas o governo brasileiro insiste que um evento com chefes de Estado e de governo apenas pode ocorrer se houver a presença de todos, inclusive de representantes russos.

Sem a participação do governo de Vladimir Putin, Lula decidiu que não fará a viagem e não será parte da iniciativa.

O governo examina quem representará o Brasil. Contudo, há uma decisão para que não haja uma participação do chanceler Mauro Vieira ou do assessor internacional do Planalto, Celso Amorim. O país deve ser representado apenas por um embaixador.

A meta do encontro é a de fechar uma espécie de acordo entre os líderes, na esperança de abrir um canal de negociação para que o conflito seja concluído.

Mas o temor do governo Lula é de que o encontro sirva apenas para chancelar as propostas de Volodymyr Zelensky, que exige a retirada russa do território ucraniano para que as conversas possam ocorrer.

O governo brasileiro vem afirmando ao longo dos meses que um processo de negociação apenas pode fazer sentido se envolver os russos. Mesmo em conversa com Zelensky, Lula alertou que não existe um acordo de paz "unilateral".

Ainda em 2023, o presidente russo Vladimir Putin justificou a interlocutores brasileiros que aceitar a proposta de Zelensky seria equivalente a uma capitulação.

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