Jamil Chade

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Embaixador do Brasil volta a Israel após crise, mas sem reassumir posto

Três meses depois de deixar Tel Aviv diante da crise instaurada entre Brasil e Israel, o embaixador Frederico Meyer retornou na manhã desta sexta-feira para Israel. Segundo o Itamaraty, isso não significa que ele reassumiu o posto.

O diplomata havia sido convocado para Brasília para consultas, depois de o governo Lula estimar que ele havia sido humilhado pela administração de Benjamin Netanyahu, em fevereiro. O gesto foi um protesto contra o governo de Israel.

Mas ainda não existe uma definição sobre qual será seu status. A decisão de enviar Meyer de volta surpreendeu uma parte do Itamaraty, que passou a especular se o embaixador ficará de forma permanente no posto, ou se seu retorno serviria como um primeiro passo para "embalar a mudança" e encerrar o cargo até que haja uma definição política.

O Itamaraty indicou que essa decisão será tomada na próxima semana.

Fontes do Palácio do Planalto dizem que o Brasil não quer "perder o controle" da relação com Israel. O embaixador israelense em Brasília, Daniel Zohar Zonshine, em nenhum momento deixou o cargo, ainda que sua proximidade com o bolsonarismo tenha levado uma ala do governo Lula a defender sua retirada.

A crise diplomática Brasil x Israel

A crise começou quando, em reação aos comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo de Israel declarou o brasileiro como persona non grata por fazer referências à Segunda Guerra Mundial.

Meyer, então, foi chamado pela chancelaria israelense e levado para o Museu do Holocausto. Ali, as autoridades de Netanyahu exigiram que Lula se retratasse.

A relação entre os dois países, porém, não sofreu uma melhoria nos últimos três meses. Desde então, o Brasil passou a defender abertamente o reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU, criticou Israel e apoiou o pleito da África do Sul de conseguir uma condenação de Netanyahu por genocídio.

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A presença de Frederico Meyer de volta em Tel Aviv, segundo fontes diplomáticas, não significa que haja uma mudança na postura do governo.

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