Condenação de Trump é histórica e lembra americano preso que recebeu votos
A condenação de Donald Trump é histórica. Mas, mesmo eventualmente preso, ele poderá ser candidato à presidência? A resposta é sim.
Pelas leis americanas, existem apenas três critérios para que uma pessoa seja candidata.
-Ter mais de 35 anos de idade
-Ter nascido nos EUA
-Morar por pelo menos 14 anos em território americano.
Portanto, Trump pode ser ainda candidato e a história da democracia americana já viveu momentos insólitos parecidos ao atual.
Nas eleições de 1920, o socialista Eugene Debs estava atrás das grades. Ele havia sido condenado a dez anos de prisão por sedição, ao fazer campanha contra o convocação de jovens para lutar na Primeira Guerra Mundial.
Mesmo assim, se lançou como candidato e recebeu 1 milhão de votos. Ele ficou com 3% da preferência do eleitorado.
Naquele ano, o socialista realizou uma campanha eleitoral com um slogan simples: "condenado No. 9653."
A partir de uma lei de 1918, era proibido um cidadão americano "escrever, publicar qualquer discurso desleal, profano ou abusivo contra o governo dos EUA". Ou contra a convocação de jovens americanos para lutar na guerra.
Um mês depois de a lei ser aprovada, Debs subiu ao palanque para fazer um discurso contra a guerra. Ele disse:
Na Idade Média, quando os senhores feudais decidiam ampliar seus domínios, aumentar seu poder, seu prestígio e sua riqueza, eles declaravam guerra uns aos outros. Mas eles mesmos não entravam em guerra, assim como os senhores feudais modernos, os barões de Wall Street, não entram em guerra. A classe trabalhadora nunca teve voz na declaração de guerra. Se a guerra for correta, que seja declarada pelo povo - vocês, que têm suas vidas a perder.
Ele foi imediatamente preso.
Mesmo com o conflito já terminado, o governo americano se recusou a conceder um perdão ao líder socialista. Foi apenas em 1921 que ele seria liberado, depois de concorrer em quatro ocasiões para a presidência dos EUA.
Ao sair da prisão, foi aplaudido pelos seguranças. Debs morreu cinco anos depois.
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