Desmonte de Bolsonaro complica resposta a queimadas, diz Barroso
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, culpou o desmonte dos órgãos ambientais por parte do governo de Jair Bolsonaro pela dificuldade que o atual governo está tendo para lidar com a crise causada por incêndios e pela seca.
Barroso discursou na sede da ONU nesta sexta-feira (20) no evento SDG in Brazil, organizado pelo Pacto Global - Rede Brasil.
Ao final, o ministro falou com a imprensa e alertou que "o Brasil hoje é um exemplo de como o descontrole climático pode afetar a vida das pessoas".
"É preciso, em primeiro lugar, considerar que houve um desmonte muito relevante das instituições de proteção ambiental, de proteção às comunidades indígenas. Tanto o Ibama como o CRI ficaram totalmente desestruturados de pessoal, de trabalho e foram mesmo desprestigiados", disse Barroso.
"Portanto, há um problema humano, de recursos humanos e de preparação técnica em relação ao desmonte", afirmou.
O outro problema, segundo ele, tem sido uma "proporção sem precedentes" de queimadas, e admitiu que o Supremo pode fazer mais.
Sua avaliação é de que o governo está "empenhado". "Claro que tudo o que você consegue prevenir é melhor do que o que você tem que enfrentar depois que acontece", disse. Para ele, o Brasil está "aprendendo uma lição".
"Nós estamos tendo uma seca prolongada na Amazônia, que não havia há muitas décadas nada parecido. Nós estamos tendo essas queimadas no Pantanal, que estão totalmente fora de controle e tivemos as enchentes do Rio Grande do Sul, portanto o planeta está dando todos os sinais possíveis de que nós precisamos atuar", disse.
"É um problema aqui e agora, as pessoas estão morrendo, as pessoas estão perdendo as suas propriedades e as pessoas estão perdendo a sua qualidade de vida. Nós precisamos ter consciência desse problema, investir em transição energética, investir na preservação da Amazônia, na criação de uma bioeconomia efetiva para a Amazônia e de criar cidades mais sustentáveis, controlando de maneira mais adequada a iluminação, ampliar a utilização de carros que não utilizam combustíveis fósseis", disse. "Nós vamos ter que fazer muitas coisas", completou.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.