Jamil Chade

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Reportagem

Governos retiram pessoas do Líbano, Brasil negocia e Europa desloca navios

Autoridades de diferentes países pelo mundo se preparam para a retirada de seus nacionais do Líbano, enquanto outros deslocam para a região barcos e aeronaves para uma eventual operação de resgate diante da intensificação dos conflitos. O governo brasileiro indicou que está realizando consultas com a comunidade em Beirute e negocia com países da região a autorização para criar eventuais rotas de fuga.

Brasil

Governo Lula iniciou consultas com os brasileiros no Líbano para saber quem precisa de ajuda para ser retirado. Enquanto isso, em Nova York, a diplomacia brasileira se reuniu com o governo da Síria para pedir ajuda sobre a possibilidade de garantir a passagem de comboios de brasileiros até as cidades de Damasco ou Latakia.

Neste sábado, o chanceler Mauro Vieira ainda se reuniu nos EUA com Abdallah Bou Habib, ministro das Relações Exteriores do Líbano. Um dia antes, na tribuna da ONU, representante de Beirute alertou que "a própria existência do Líbano" estava ameaçada.

No encontro neste sábado, os dois ministros fizeram uma avaliação sobre o atual momento do conflito, depois da onda de ataques aéreos desta semana.

Vieira informou ao libanês sobre o trabalho da embaixada na assistência aos brasileiros e na consulta aos que eventualmente precisem de ajuda para deixar o Líbano. Ele também relatou o planejamento em curso caso a situação piore e exija uma operação de evacuação de grande escala.

O governo brasileiro estima que, até o momento, nenhum país com grandes comunidades residentes no Líbano deu esse passo. O aeroporto de Beirute continua aberto, e as pessoas que desejem podem sair do país por meios próprios, em voos comerciais.

O governo Lula instrui os brasileiros a deixarem o Líbano, enquanto a FAB afirma que está pronta para a missão, caso seja acionada. Cerca de 20 mil brasileiros estariam no país.

Colômbia

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que "começou a repatriação de nossos nacionais do Líbano". Um avião deixou o país sul-americano neste sábado para resgatar 114 colombianos que completaram o processo para ser retirados do Líbano.

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Canadá

O governo do Canadá iniciou uma operação para ajudar seus nacionais no Líbano a comprar passagens comerciais, reservando assentos e antecipando pagamentos. O ministro da Defesa, Bill Blair, anunciou que existe um barco na região, assim como 150 soldados que iriam ajudar nesse processo, se necessário.

O governo de Justin Trudeau também indicou que negocia com empresas aéreas a criação de vôos charters. O país conta com 45 mil canadenses no Líbano, que foram instruídos a deixar a região por conta própria, enquanto existem vôos comerciais.

Reino Unido

Em Londres, o governo anunciou que está deslocando tropas para o Chipre, de onde poderia ocorrer a base de uma operação. Nesta semana, o primeiro-ministro Keir Starmer fez um apelo aos cidadãos britânicos que saíssem do Líbano enquanto ainda houvesse voos comerciais. "É muito importante que eles ouçam minha mensagem, que é sair e sair imediatamente", disse.

O governo disse em um comunicado que 700 soldados viajariam para Chipre, reforçando sua presença na área onde já tem dois navios da Marinha Real, aviões e helicópteros de transporte.

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EUA

O governo americano anunciou que o deslocamento de novas tropas para a região deve ajudar na retirada de cerca de 10 mil nacionais que estão no Líbano. A intenção dos americanos é também a de usar a ilha de Chipre como base para uma eventual operação.

França

O governo de Emmanuel Macron anunciou que um de seus navios de guerra também poderia ser usado, já que está na região. Não se descarta o envio de novos barcos, a partir do Sul da França para a região do Oriente Médio.

Entre os dias 14 e 18 de setembro, as marinhas da França e Itália se uniram às forças gregas e cipriota para um exercício militar no mar Mediterrâneo. Um dos treinamentos era sobre a repatriação de pessoas do Líbano.

Chipre como base

O aeroporto de Beirute continua aberto. Mas a suspensão dos vôos da AirFrance reduziu de forma importante a possibilidade de saída dos estrangeiros.

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Para governos sem acesso às autoridades sírias, uma das opções ainda tem sido a de usar os territórios do Chipre e Turquia como base para essas pessoas. No caso do Chipre, o país que faz parte da UE fica menos 300 quilômetros da costa libanesa.

"Recebemos solicitações de vários países, não apenas da União Europeia, mas também de outros países terceiros. Estamos prontos para desempenhar esse papel em caso de necessidade", disse o presidente do Chipre, Nikos Christodoulides.

Reportagem

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