Jamil Chade

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Reportagem

Brasil condena Israel por ataque à ONU e fala em violação internacional

O governo brasileiro condenou as ações militares israelenses contra as bases da operação de Paz da ONU, na fronteira do Líbano. No fim de semana, o governo de Benjamin Netanyahu exigiu que os soldados internacionais fossem deslocados de sua posição, sob a alegação de que a base estaria dando proteção ao Hezbollah.

O gesto israelense foi condenado por dezenas de atores e governos no mundo, classificando o ataque até mesmo como um crime de guerra.

Num comunicado, nesta segunda-feira, o Itamaraty também denunciou o gesto. "Brasil condena veementemente a invasão ontem, 13/10, de base da missão de paz da ONU no Líbano (UNIFIL) pelas forças armadas de Israel", disse a nota.

Ao longo dos últimos meses, o Brasil tem se posicionado contra as atitudes de Israel na Palestina, seus ataques contra a ONU e retirou seu embaixador de Tel Aviv depois de o diplomata ter sido humilhado pelo governo de Benjamin Netanyahu.

Segundo o governo, dois tanques destruíram o portão principal e invadiram uma base da UNIFIL, onde ficaram 45 minutos, e disparos a tiros foram realizados nas proximidades. "Trata-se do terceiro dia com registros de forças israelenses a integrantes ou instalações da UNIFIL desde a semana passada. Cinco integrantes da missão de paz foram feridos nesses ataques", afirmou.

Para o Brasil, "ataques deliberados contra integrantes de missões de manutenção da paz e instalações da ONU são absolutamente inaceitáveis e constituem grave violação do Direito Internacional, do Direito Internacional Humanitário e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

O governo Lula também lembrou de seu envolvimento na operação. "Como tradicional participante de forças de paz da ONU, incluída a UNIFIL, cuja força-tarefa marítima foi liderada por militares brasileiros entre 2011 e 2021, o Brasil repudia as violações sistemáticas verificadas nos últimos dias", disse.

O governo brasileiro também deplora manifestação do governo israelense, na qual apela pela retirada da UNIFIL do sul do Líbano. "A missão de paz foi estabelecida em 1978 pelo Conselho de Segurança e atua desde então na manutenção da paz e da segurança no sul do Líbano. A missão apoia o governo do Líbano na restauração de sua autoridade na área; facilita o retorno de civis deslocados; presta assistência humanitária; e busca garantir que a área não seja usada por grupos armados", completou.

Para o governo brasileiro, é necessária uma urgente cessação das hostilidades.

Reportagem

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