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José Luiz Portella

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Paulo Guedes, o Chalaça de Bolsonaro

Paulo Guedes, ministro da Economia - Adriano Machado/Reuters
Paulo Guedes, ministro da Economia Imagem: Adriano Machado/Reuters

Colunista do UOL

15/11/2021 16h17Atualizada em 15/11/2021 16h27

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Paulo Guedes está extrapolando. Na contramão de todas as previsões do mercado financeiro, ele afirma agora que o Brasil está com crescimento contratado para 2022. Os organismos internacionais, assim como o mercado brasileiro, preveem um crescimento zero ou de - 0,5%.

PG enterrou o que restava da sua pouca credibilidade e de seu desfile megalomaníaco pela passarela da economia com a frase: " O Teto de Gastos é apenas um símbolo".

Só que agora, no exterior ele vagou para o delírio, e isso não seria trágico, se ele fosse um camelô da feira de Acari. Mas, não é. É ministro da Economia.

Na prática, hoje está preso ao cargo por ter se transformado de um Chicago Boy, aluno dos ensinamentos de Milton Friedman em um áulico de Bolsonaro, que faz tudo o que Bolsonaro precisa, passando por cima de todos os princípios anteriores enunciados.

Paulo Guedes virou um Chalaça de Bolsonaro, lembrando Francisco Gomes da Silva, confidente e bajulador de Dom Pedro I.

Guedes estreou com promessas mirabolantes sobre privatizações, e venda de patrimônio da União, além de se comprometer a zerar deficit público em um ano.. Foi cômico.

Ele tem o extremo talento de esquecer, num Alzheimer conveniente, das promessas anteriores, e dobra a aposta na posterior. Perdeu o senso das proporções, e com isso, o senso do ridículo.

O mercado, que comparecia em massa aos shows dados no BTG, do amigo André Esteves, onde a cada frase era aplaudido. O mercado tinha perdido o senso das proporções e teve como um ícone desse desvario, o arrojado Pedro Jobim, do fundo Legacy, que hoje se lamenta, sem pedir desculpas, de seus arroubos elevando Guedes às alturas.

O problema é que Paulo Guedes continua como ministro, exatamente por ser subserviente a Bolsonaro e sequioso de estar no poder, do qual foi afastado por 40 anos, pelas suas vicissitudes. E vai causar um estrago, inclusive internacional, ao emitir opiniões canhestras como agora.

Não se sabe se ele é refém de uma mitomania que se agrega ao seu perfil de "vendedor que não entrega", ou teve uma piora mental e age como um possível autista, o que esperamos não seja..

Mas, ele despreza a inteligência alheia, age com inabilidade política dentro do governo e no Congresso, ofende ministros ataca o parlamento, ou seja, não reúne as condições para ocupar um lugar tão importante para o Brasil. Ele chamou Rogério Marinho de fura-teto com tom pejorativo, logo depois, fez pior. Chamou o astronauta ministro de burro, mas encaminha o orçamento pior.

E ainda está enrolado com a questão da offshore, da qual foge no Congresso, da prestação de contas.

Paulo Guedes precisa ser interditado para o bem do país.

Porque, removê-lo do poder, nem com navio empurrador se consegue. O pretenso mago das finanças se metamorfoseou em emissor de fake news.

Mais um símbolo do governo Bolsonaro, como Ernesto Araújo e Ricardo Salles. Que foram defenestrados.

Já pensou suportá-lo por mais 4 anos? Ponha preço nisso no mercado.