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Bolsonaro perde briga com governadores: veja os melhores e piores do Brasil
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Entre os candidatos à reeleição a cargos executivos em 2022, Jair Bolsonaro é o mais mal avaliado de todos. Com saldo negativo de 12 pontos (31% de ótimo/bom menos 43% ruim/péssimo), o presidente perde em popularidade para todos os governadores que tentam voltar à cadeira este ano - segundo o ranking de governadores feito a partir de pesquisas do Ipec em todas as unidades da federação.
- Na média, os 27 governadores têm saldo positivo bem maior do que Bolsonaro: 17 pontos percentuais (38% de ótimo/bom contra 21% de ruim/péssimo).
- Bolsonaro tem o dobro de ruim/péssimo que os governadores: 43% a 21% (média dos 27).
- 25 governadores têm saldo melhor do que Bolsonaro; 22 deles têm saldo positivo.
- Só dois governadores têm saldo negativo maior do que Bolsonaro, mas eles não são candidatos à reeleição.
E daí? Um resultado pior do que todos os outros candidatos à reeleição a cargos executivos demonstra que Bolsonaro perdeu a guerra que declarou aos governadores durante a pandemia de Covid. O presidente tentou jogar a culpa pelas mortes em excesso e pela crise econômica nos comandantes dos governos estaduais. Não conseguiu:
- Em média, os governadores candidatos à reeleição têm 39% de intenção de voto, contra 32% de Bolsonaro.
- A maioria dos governadores que comandaram seus estados durante a pandemia lidera as corridas eleitorais nos seus estados. As exceções são, em geral, vices que assumiram depois da pandemia.
- Pelo menos dez governadores têm chance de se reeleger já no primeiro turno.
- Dos 27 governadores, 22 têm saldo positivo de popularidade, uma está no zero a zero e só quatro têm saldo negativo, como Bolsonaro, mas três não são candidatos à reeleição.
O governador mais bem avaliado do Brasil, segundo o Ipec, é Helder Barbalho (MDB), do Pará, com 44 pontos de saldo positivo: 55% de ótimo/bom e 11% de ruim/péssimo. Helder é o candidato à reeleição que lidera com mais folga a corrida eleitoral para governos estaduais, com 65% das intenções de voto.
- Ex-ministro dos governos de Dilma Rousseff (Pesca) e de Michel Temer (Integração Nacional), Helder é filho da velha política e oriundo do clã político dominante do Pará. É filho do senador Jader Barbalho (ex-governador e ex-ministro do governo Sarney) e da seis vezes deputada federal Elcione Barbalho.
Logo abaixo de Helder, aparecem no ranking do Ipec outros seis governadores candidatos à reeleição com mais de 30 pontos de saldo de avaliação (veja tabela abaixo). São eles:
- 2º lugar - Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo: saldo de 43 pontos e 56% de intenção de voto.
- 3º lugar - Ratinho Junior (PSD), do Paraná: saldo de 39 pontos e 46% de intenção de voto.
- 4º lugar -Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás: saldo de 35 pontos e 48% de intenção de voto.
- 5º lugar -Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso: saldo de 34 pontos e 53% das intenções de voto.
- 6º lugar -Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais: saldo de 34 pontos e 44% de intenção de voto.
- 7º lugar -Gladson Cameli (PP), do Acre: saldo de 32 pontos e 51% de intenções de voto.
Dos 27 governadores em exercício, oito não são candidatos à reeleição. Desses oito, cinco não podem disputar porque estão em seu segundo mandato consecutivo:
- 8º lugar - Reinaldo Azambuja (PSDB), de Mato Grosso do Sul: saldo de 31 pontos.
- 12º lugar - Rui Costa (PT), da Bahia: saldo de 25 pontos.
- 25º lugar - Belivaldo Chagas (PSD), de Sergipe : saldo negativo 8 pontos.
- 26º lugar - Waldez Góes (PDT), do Amapá: saldo negativo de 24 pontos.
- 27º e último lugar - Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco: saldo negativo de 38 pontos.
- Câmara sucedeu no governo a seu padrinho, Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em 2014 quando disputava a Presidência da República. Eduardo era neto do ex-governador Miguel Arraes.
- Câmara foi um dos governadores mais bem votados em 2014, mas nunca tirou a hegemonia política em Pernambuco dos herdeiros da família Arraes.
- Neta de Miguel Arraes, Marília Arraes (Solidariedade) é líder da corrida para o governo; e disputa, entre outros, contra Danilo Cabral (PSB), candidato apoiado por seu primo João Campos (filho de Eduardo e bisneto de Miguel).
Os outros três governadores que não disputam a reeleição eram vice-governadores e assumiram o cargo há poucos meses apenas para completar o mandato do titular:
- 11º lugar - Izolda Cela (PDT), do Ceará: saldo de 27 pontos; substituiu o governador Camilo Santana (PT), que renunciou para disputar o Senado. PT e PDT romperam a aliança e têm candidatos diferentes a governador.
- 19º lugar - Ranolfo Vieira Junior (PSDB), do Rio Grande do Sul: saldo de 9 pontos; substituiu Eduardo Leite (PSDB), que renunciou para tentar ser candidato a presidente, não conseguiu, e voltar a disputar o governo gaúcho.
- 23º lugar - Regina Sousa (PT), do Piauí: saldo de zero ponto; substituiu Wellington Dias (PT), que renunciou para ser candidato ao Senado.
Há quatro ex-vice-governadores que assumiram o mandato e são candidatos à reeleição. Em diferentes graus, sofrem com o baixo conhecimento pelo eleitorado e apresentam taxas de avaliação "regular" ou de "não sabe/não conhece" muito altas. São eles:
- 9º lugar - Wanderlei Barbosa (Republicanos), de Tocantins: saldo de 29 pontos e 40% das intenções de voto; assumiu o governo em 11 de março de 2022.
- 14º lugar - Carlos Brandão (PSB), do Maranhão: saldo de 19 pontos e 28% das intenções de voto; assumiu o governo em 2 de abril de 2022.
- 20º lugar - Rodrigo Garcia (PSDB), de São Paulo: saldo de 7 pontos e 10% das intenções de voto; assumiu o governo em 1º de abril de 2022.
- 21º lugar - Claudio Castro (PL), do Rio de Janeiro: saldo de 6 pontos e 26% das intenções de voto; assumiu o governo em 1º de maio de 2021.
Há dois candidatos a governador com saldo de popularidade baixo ou negativo, mas que disputam a reeleição com chances:
- 22º lugar - Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal: saldo de 5 pontos e 41% das intenções de voto; fechou um acordo que reuniu o ex-governador José Roberto Arruda e sua esposa e ex-ministra de Bolsonaro, Flavia Arruda (PL).
- 24º lugar - Wilson Lima (União Brasil), do Amazonas: saldo negativo de 4 pontos e 30% das intenções de voto.
Como se vê, a grande maioria dos governadores é mais popular do que Bolsonaro, tem boas chances de reeleição. Ao contrário de 2018 e da eleição para presidente, a tendência predominante para a eleição aos governos estaduais não é de mudança, mas de continuidade.
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