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Aprovação do arcabouço custou R$ 3,2 mi por voto sem as emendas de relator
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A aprovação do texto-base do projeto que cria o novo arcabouço fiscal pelo plenário da Câmara custou caro ao governo Lula (PT). Na avaliação do colunista do UOL José Roberto de Toledo custou, mais especificamente, R$ 3,2 milhões por voto.
Durante o programa Análise da Notícia, ele destacou que o governo conquistou 115 votos além dos 257 votos favoráveis necessários para aprovar o texto —foram 372 votos favoráveis— e, apenas na última semana, o governo gastou R$ 1,2 bilhão em emendas parlamentares para deputados e senadores.
O Airbnb do Congresso custou R$ 3,2 milhões por voto. Isso sem contar as emendas do orçamento secreto, as emendas de relator". José Roberto de Toledo
Emendas parlamentares quase dobraram. A PEC da Transição prevê um total de R$ 10 bilhões para emendas parlamentares e, até o início da última semana, o governo tinha autorizado o empenho de apenas R$ 1,7 bilhão em emendas desde o início do ano. Desde a última semana, quando as articulações para a aprovação do arcabouço se intensificaram, o valor quase dobrou com mais R$ 1,2 bilhão, totalizando 2,9 bilhões em emendas.
Governo abriu a torneira. As emendas estão previstas no orçamento público e sua liberação não é ilegal, mas seu fluxo de liberação é negociável. O governo, de certa forma, "abriu a torneira" para controlar o jogo político e conquistar os votos que precisava na Câmara.
Lula pagou conta de Bolsonaro. Além da liberação de R$ 1,2 bilhão para parlamentares de situação e oposição, Toledo também destacou que o governo acabou pagando uma conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram pagos quase R$ 500 milhões em emendas do relator, o antigo orçamento secreto. "Era uma grana que já tinha sido autorizada a liberação do dinheiro, mas ainda não tinha sido feito o desembolso. Ao longo de maio, o governo pagou efetivamente R$ 451 milhões de emendas do chamado orçamento secreto referentes a 2020, 2021 e 2022", disse.
Voto alugado não significa apoio. Apesar da aprovação com folga do texto do arcabouço fiscal, o colunista do UOL destacou que a folga na votação não significa apoio e tranquilidade para o governo. Ele afirmou que a MP da Reforma Administrativa, que propõe mudanças nos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, é uma prova de que o governo não tem o Congresso totalmente ao seu lado. "Isso ilustra como é um voto alugado, uma espécie de Airbnb. Usou, pagou", encerrou.
O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
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