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José Roberto de Toledo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

6 de junho é histórico por ser o dia do passe livre para os políticos

Colunista do UOL

06/06/2023 20h01

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O dia 6 de junho é histórico por ser a data que deu passe livre aos políticos, avaliou o colunista do UOL José Roberto Toledo. Durante o programa Análise da Notícia desta terça-feira, ele fez uma referência aos dez anos do início do Movimento Passe Livre para comentar a respeito do STF (Supremo Tribunal Federal) ter decidido, por unanimidade, arquivar a denúncia de corrupção passiva contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Além de citar Lira, Toledo ainda falou sobre a decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que confirmou, por unanimidade, a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre a cassação do deputado Deltan Dallagnol.

Não é [histórico] só por aquele 6 de junho, é pelo 6 de junho de hoje também. Não só pela confirmação da cassação do mandato de Deltan Dallagnol pela Câmara dos Deputados, mas também pelo passe livre que o Arthur Lira, presidente da Câmara, recebeu do Supremo Tribunal Federal".

10 anos das jornadas de junho. As manifestações, que começaram em frente ao Theatro Municipal de São Paulo e foram se espalhando pelo país até chegarem ao Congresso Nacional, pareciam inicialmente uma contestação ao sistema representativo, às elites políticas. Mas a onda acabou se transformando em protestos contra os governos petistas, fez a popularidade da então presidente da república Dilma Rousseff despencar, além de uma série de outros desdobramentos.

Nova ou velha política? Neste 6 de junho, o Supremo Tribunal Federal fez uma coisa do arco da velha. Ele retomou um julgamento do Arthur Lira, que estava na gaveta do ministro Dias Toffoli fazia anos, e teve uma decisão inédita com alguém de tanta proeminência.

Ministros da Suprema Corte chegaram a mudar de opinião, já que haviam votado pela condenação de Lira anos atrás, com a desculpa de que a lei mudou. Houve ainda um ministro (André Mendonça), que não estava no julgamento anterior mas, como substituto de Marco Aurélio Mello, também votou a favor de Lira. Mello havia votado pela condenação.

Ironia é a história que se repete. O julgamento que o STF tirou da gaveta e favoreceu Lira diz respeito ao caso de um ex-assessor do presidente da Câmara que foi preso no aeroporto de Congonhas tentando embarcar com mais de R$ 100 mil escondidos no corpo. Agora, outro ex-assessor de Arthur Lira é objeto de uma investigação da Polícia Federal por receber dinheiro, supostamente de uma empresa. Ao todo, R$ 4 milhões foram encontrados em um cofre na casa de um policial que, supostamente, fazia parte do esquema.

O que mudou em 10 anos? De junho de 2013 para cá, muita coisa aconteceu no Brasil, mas a Presidência da República continua ocupada por um presidente do PT. E o prefeito de São Paulo que anunciou o aumento de R$ 0,20 na passagem e começou com toda onda de protestos era Fernando Haddad, hoje Ministro da Fazenda.

O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: