Faria Lima fica 'moody' após agência de risco melhorar grau do Brasil
Uma pessoa perguntou a Fernando Haddad "como está o Moody" dele, após a agência de risco Moody's anunciar na terça que havia melhorado a nota de crédito do Brasil. "Mood" em inglês é humor.
A resposta bem humorada do ministro mostrou grande contraste com as reações dos porta-vozes da Faria Lima, que ficaram acabrunhados diante da boa nova: "Melhor que o da Liga Ortodoxa".
Os títulos na imprensa falam em "surpresa" do mercado. Mas as reações com os microfones desligados vão da traição à revolta com o grau a mais. Os mesmos analistas que erram 11 de 10 previsões agora preveem que vai demorar anos ("só no próximo governo") para a Moody's voltar a aumentar a nota do Brasil.
Com a melhora da nota de crédito pela agência de classificação, o país ficou na beira de voltar ao grau de investimento. Isso é importante porque vários fundos de investimento internacionais (fundos soberanos, fundos de pensões e fundos de renda fixa de baixo risco) estabelecem em seus estatutos que só podem comprar títulos de crédito com nota alta, ou seja, grau de investimento.
Se isso acontecer, o ingresso de capitais externos no Brasil pode aumentar, com eventuais impactos positivos sobre a taxa de câmbio. Dólar mais barato implica menos pressão inflacionária, ou seja, juros menores. "Vade retro!", esconjura a Faria Lima.
Futurologia à parte, "o risco positivo" é alto, como diriam os farialimers. Há "risco" de o desemprego continuar quebrando recordes com taxas cada vez mais baixas, de a renda continuar aumentando e de a economia crescer mais que o esperado pela Liga Ortodoxa. Só não há risco de a Faria Lima achar isso positivo.
O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja abaixo o programa na íntegra:
Deixe seu comentário