Ministro do TSE ironiza Bolsonaro: 'Não confia em urna e reclama da corda!'
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No jogo de gato e rato que trava com o Judiciário, Bolsonaro decidiu voltar suas baterias para o Tribunal Superior Eleitoral. Um dos ministros da Corte eleitoral ironizou as críticas do presidente ao jugamento de processo que pede a cassação da chapa que formou com o vice- Hamilton Mourão.
"O presidente Bolsonaro vê fraude até nas urnas em que ele prevaleceu", disse o magistrado, entre risos. "Imagine quantos pedidos de cassação do mandato da chapa adversária ele teria protocolado no TSE se saísse derrotado! É curioso ver que alguém que não confia nas urnas queira reclamar da corda esticada."
Ao comentar nesta segunda-feira um dos pedidos de cassação da chapa que formou com o vice Hamilton Mourão, Bolsonaro considerou "inadmissível" que o processo não tenha sido arquivado. Afirmou que a continuidade do julgamento alimenta uma crise política "que não existe".
Julga-se neste caso um ataque hacker a uma página de mulheres anti-bolsonaristas, em 2018. "Me julgar por uma página que ficou fora do ar por menos de 24 horas para cassar a chapa Bolsonaro-Mourão? É inadmissível isso aí", afirmou Bolsonaro. "Isso, no meu entender, é começar a esticar a corda."
Em conversa com o blog, o ministro do TSE fez alusão a um discurso proferido por Bolsonaro, em 9 de março, para a comunidade brasileira em Miami. Nesse encontro, o presidente disse:
"Eu acredito que, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu tinha sido, eu fui eleito no primeiro turno, mas no meu entender teve fraude. E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar."
Decorridos mais de três meses, não há vestígio das "provas" que Bolsonaro se comprometera a apresentar.
O ministro do TSE arrematou: "O presidente pode ficar tranquilo com a Justiça Eleitoral. Não vamos puxar cordas, iremos virar páginas de processos. A chance de realizarmos julgamento político é zero. Teremos com o presidente uma responsabilidade que ele jamais teve com a Justiça Eleitoral. Decerto não encontraremos provas que justifiquem cassação."
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