Bolsonaro não livra MEC do cativeiro ideológico
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Ao recusar o cargo de ministro da Educação três dias depois de ter sido convidado por Jair Bolsonaro, Renato Feder potencializou a exposição de dois problemas graves. O primeiro é que, sob Bolsonaro, o setor educacional foi sequestrado pela ala destrambelhada do bolsonarismo. O segundo problema é que o presidente não consegue livrar o Ministério da Educação do cativeiro ideológico em que se encontra.
O assento de ministro da Educação virou uma cadeira elétrica. Renato Feder seria o quarto ministro da pasta em um ano e meio. Mas foi carbonizado antes de se sentar na poltrona. Bolsonaro fez o convite para Feder na quinta-feira da semana passada. Em vez de mandar o ato de nomeação para o Diário Oficial, o presidente manteve o escolhido na fogueira das redes sociais para que a banda abilolada do bolsonarismo o tostasse.
Graças a Bolsonaro, difundiu-se a percepção de que continuam dando as cartas no MEC o camarada Olavo de Carvalho e sua turma. Enquanto essa turma não for deixada de lado pelo presidente, o nome do ministro pouco importa. Se for aloprado como Abraham Weintraub, será aplaudido pelos insensatos. Se for um anti-Weintraub, será bombardeado nas redes sociais, habitat natural de Bolsonaro. Em qualquer hipótese, a Educação estará em apuros.
Houve um tempo em que servir ao governo como ministro era uma honraria irrecusável. Mas Bolsonaro vive uma fase em que deixar o governo pode ser mais honroso do que entrar. Renato Feder observou o "efeito-Mandetta-Moro-Teich" e percebeu que entrar num governo que se livra de dois ministros da Saúde e um titular da Justiça em plena pandemia e não consegue se libertar do cativeiro ideológico que tranca a Educação seria uma roubada. Sob Bolsonaro, a insensatez montou acompamento na Esplanada dos Ministérios.
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