FHC admite autocrítica, mas PSDB pede uma boa autópsia
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Quando é que o PSDB vai fazer a sua autocrítica?, perguntou-se a Fernando Henrique Cardoso no Roda Viva. E ele: "Se depender de mim, já." O problema das autocríticas é que elas costumam chegar tarde. O reconhecimento dos erros normalmente ocorre quando já não adianta. O caso do PSDB não é mais de autoanálise, mas de autópsia.
"Acho que todos os partidos têm que sofrer um processo de revisão profunda", declarou FHC. "O PSDB quando foi fundado, sou um dos fundadores, a maioria de nós pertencia ao MDB, ou PMDB. Por que criamos um partido novo? Porque o MDB perdeu identidade naquele momento, ficou diversificado, tem muitas correntes, em tudo se dividia. Talvez esteja acontecendo algo semelhante no PSDB. Os partidos nascem e morrem também, espero que o PSDB não morra."
FHC ainda não notou, mas o PSDB já cometeu suicídio. Fez isso ao reagir com naturalidade ao indiciamento de Geraldo Alckmin, depois de ter digerido a denúncia contra José Serra, após ter convivido com o derretimento moral de Aécio Neves...
Modernizou-se o tucanato desde a fundação do PSDB. Bicudos como FHC, Mário Covas e Franco Montoro deixaram as fileiras do velho PMDB numa época em que a má reputação de Orestes Quércia grudava como chiclete.
Na origem, o PSDB apresentava-se como reformador do sistema político. Vivo, Quércia diria: "Os emplumados viraram políticos tradicionais. Grosso modo falando."
Submetido ao derretimento ético de alguns dos seus principais líderes, o PSDB cometeu o pior tipo de erro. Fingiu-se de morto. Não há autocrítica capaz de ressuscitar um partido integrado por vivos tão pouco militantes.
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