Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Vacina põe em risco plano político de Bolsonaro
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Em política, o melhor momento para mudar é antes que a mudança se torne necessária. A conversão de Jair Bolsonaro às vacinas chegou tarde. A inépcia sanitária e suas consequências letais adoecem o projeto político da reeleição.
Um aliado do governo no Congresso resumiu o problema assim: "O presidente e seus filhos passaram a proclamar: 'Nossa arma é a vacina'. Acreditando-se na sinceridade do slogan, é preciso reconhecer: se vacina é a arma, falta munição."
Também no Planalto, prolifera a avaliação de que Bolsonaro terá dificuldade para se dissociar das mortes da pandemia. Neste sábado (13), um dos generais que comandam escrivaninhas no Planalto puxou do bolso anotações sintomáticas.
O general expôs uma comparação entre Brasil e Estados Unidos. "Lá, a população soma 332 milhões de pessoas. Eles aplicam cerca de 2,4 milhões de doses de vacina por dia. Já receberam pelo menos uma dose de vacina 19% dos americanos."
"Aqui, temos 212 milhões de brasileiros", prosseguiu o general. "Vacinamos 390 mil pessoas por dia. Conseguimos entregar pelo menos uma dose de vacina a 4,5% da população. Temos estrutura para vacinar muito mais. O que falta é vacina."
O general não disse. Mas falta ao Brasil algo além de vacina. O país se ressente da falta que faz um presidente da República. Joe Biden, novo presidente dos Estados Unidos, foi à TV na última quinta-feira. Falou por 20 minutos. Tinha o que dizer.
Biden informou que, a partir de 1º maio, haverá vacinas disponíveis para todos os americanos adultos, fora dos grupos de risco. Disse esperar que, em 4 de julho, data da independência dos Estados Unidos, as pessoas possam se reunir em pequenos grupos para celebrar.
Donald Trump, o antecessor de Joe Biden, exibia um comportamento de Bolsonaro. Minimizou a pandemia, brigou com médicos e cientistas, sugeriu remédios inúteis e se recusou a usar máscara.
Num ponto, porém, Trump agiu como anti-Bolsonaro: ele comprou vacinas. Ainda assim, perdeu a eleição para Biden. A sucessão brasileira ainda é um ponto longínquo no calendário. Mas a vacinação caótica gruda em Bolsonaro como uma espécie de herança maldita que ele constrói para si mesmo.
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