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Com Lula e Bolsonaro, combate à corrupção pode ser tema órfão em 2022
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Pesquisa Datafolha informa que a grossa maioria dos brasileiros (67%) acreditam que haverá mais corrupção no país daqui para a frente. Esse índice vem crescendo desde 2019. Em abril do primeiro ano do governo Bolsonaro, 40% dos brasileiros achavam que a roubalheira iria aumentar. Em agosto de 2020, a taxa já estava em 56%. Agora, praticamente sete em cada dez brasileiros apostam no crescimento da corrupção.
A percepção da sociedade orna com acontecimentos que devolvem os maus costumes às manchetes. Chamam a atenção, por exemplo, o desmonte da Lava Jato, o desvio de verbas da saúde em vários estados em plena pandemia, o casamento de Bolsonaro com o centrão e a lavagem da ficha suja de Lula no Supremo Tribunal Federal. A conjuntura malcheirosa é percebida também no exterior.
A OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, um clube de países ricos do qual o Brasil deseja ser sócio, tomou uma atitude inédita: criou um grupo para monitorar o combate à corrupção nesta terra de palmeiras. Estão sob observação, por exemplo, o futuro dos casos da Lava Jato e o inquérito contra Flávio Bolsonaro, o primogênito do presidente.
O grupo não tem prazo para terminar. Dependendo de suas conclusões, a entrada do Brasil na OCDE pode ser vetada. A organização já vinha criticando o Brasil por conta do descaso com o meio ambiente. O descaso com a corrupção pode degradar o ambiente inteiro.
Além de iluminar os maus presságios do eleitorado sobre a hipótese de aumento da corrupção na era Bolsonaro, o Datafolha revelou que a maioria dos brasileiros (57%) considera justa a condenação de Lula no caso do tríplex. Para 51%, o ministro Edson Fachin, do Supremo, agiu mal ao anular todas as sentenças da Lava Jato contra Lula.
Mantido o cenário atual, em que Bolsonaro e Lula são as principais apostas para 2022, o combate à corrupção pode chegar à próxima sucessão presidencial como um tema órfão.
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