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Josias de Souza

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Apoio de Lula à ditadura cubana soa como sinal

Colunista do UOL

13/07/2021 20h35

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A ditadura de Cuba, velha de 62 anos, vive uma inédita revolta popular. Começou no último domingo, com manifestações de rua que desafiaram o coronavírus e a repressão do Estado. Instado a comentar um fato com aroma de história, Lula desdenhou: "O que está acontecendo em Cuba de tão especial?".

Sob o comando de Miguel Díaz-Canel, um preposto de Raul Castro, o regime cubano retira os revoltosos de circulação. Já prendeu algo como cem pessoas —entre manifestantes, ativistas e jornalistas. Lula comparou a repressão da ditadura à agressão do policial que matou George Floyd nos Estados Unidos. Disse que não se viu em Cuba "nenhum soldado ajoelhado no pescoço de um negro matando ele."

Diante da oportunidade de se posicionar do lado dos cubanos que clamam por democracia, Lula se escorou na velha muleta da condenação ao embargo econômico dos Estados Unidos a Havana. "Cuba é um país que está empobrecido por conta de um bloqueio que é muito sério, são 60 anos de bloqueio."

O torniquete econômico imposto pelos americanos a Cuba é criticado pela maioria dos países ao redor do planeta. Mas apenas os líderes políticos mequetrefes continuam fieis à ditadura cubana, que oferece ao povo da ilha miséria, carestia e o direito à liberdade absoluta de se deixar mandar.

Sob os governos de Lula e Dilma o Brasil derramou verbas do contribuinte brasileiro em Cuba, sobretudo na construção do Porto de Mariel. Desse relacionamento financeiro restou como herança uma dívida espetada no bom e velho BNDES.

Hoje, com a ficha higienizada e engomada na lavanderia do Supremo Tribunal Federal, Lula lidera as pesquisas presidenciais. O apoio à ditadura cubana serve como um aperitivo, um sinal do que está por vir na campanha de 2022: mais do mesmo.