Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Faz papel de bobo quem acredita nas variantes moderadas de Jair Bolsonaro
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Depois de aproveitar o 7 de Setembro para proclamar que o Bolsonaristão havia se tornado independente do Brasil, Bolsonaro aderiu a uma nova modalidade de negacionismo: o negacionismo mental. O pandemônio autoritário era um "golpezinho", o "canalha" do Alexandre de Moraes era apenas uma cepa secundária do respeitado "jurista e professor", e a nova onda do imperador fortão não passava de "conversinha" para o gado dormir.
Percebendo que havia transformado o trono numa cadeira elétrica, Bolsonaro devolveu o Bolsonaristão ao Brasil e fundou uma nova monarquia. Nela, reina o Bolsotemer, um híbrido com o miolo mole do Jair Bolsonaro e a caligrafia do Michel Temer. Para fundar o novo reino, divulgou-se uma carta à nação. O texto é mais longo do que deveria. Mas traz nas entrelinhas apenas dois artigos.
Artigo 1º: Todo brasileiro sem vergonha na cara deve esquecer as barbaridades que Bolsonaro fez desde o início do seu mandato e as atrocidades que ele declarou nas últimas 48 horas.
Artigo 2º: Revogam-se as disposições em contrário.
Cerca de três horas depois da divulgação da carta, o imperador levou ao ar a sua live semanal das noites de quinta-feira. Em meio a muita desconversa, teve uma recaída. Em resposta ao presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, que o chamara de "farsante", voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas. Disse que as "palavras bonitas" de Barroso não convencem ninguém, pois "as urnas são penetráveis".
Ficaram entendidas quatro coisas:
1) Michel Temer é um tranquilizante com prazo de validade vencido.
2) Jair Bolsonaro, personagem que defende a cloroquina e desrespeita as prescrições alheias, precisa do acompanhamento de um profissional da psiquiatria.
3) O Brasil é um país à deriva sem um presidente.
4) Faz papel de bobo quem acredita em variantes moderadas de Bolsonaro.
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