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Eliminado do espetáculo, Pacheco sai de fininho
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É muito tênue na política a fronteira entre a coragem e a estupidez. Na bica de cruzar a linha que separa o predicado da mácula, Rodrigo Pacheco, o presidente do Senado, deu marcha à ré. "Nunca afirmei uma candidatura à Presidência da República."
De fato, Pacheco nunca afirmou. Mas insinuou uma certa disposição de disputar o Planalto. Quando se filiou ao PSD, há cinco meses, colocou um pé na terceira via ao discursar defronte da imagem de Juscelino Kubitschek.
"Estamos cansados de viver em meio a tanta incerteza, a tanta incompreensão e intolerância", declarou. "Uma sociedade dividida, em que cada um não admite o contrário e não aceita a existência do outro, nunca irá chegar a lugar algum."
No mesmo evento, Gilberto Kassab, o dono do PSD, soprou para o microfone: "Em off aqui, ele será candidato e será presidente da República." O diabo é que, ouvido por meio das pesquisas, o eleitorado não se animou a colocar o projeto presidencial de Pacheco em "on", concedendo-lhe apenas 1% das intenções de voto.
Não é que Pacheco tenha desistido do Planalto. A questão é que o eleitor eliminou o senador do espetáculo antes mesmo da estreia. Pacheco sai de cena de fininho. Ambiciona agora apenas os 41 votos de que precisa para se reeleger presidente do Senado.
Os refletores voltam-se para o governador gaúcho Eduardo Leite. Tucano, ele foi convidado por Kassab a voar do PSDB para uma candidatura presidencial no PSD. Tem até o final de março para decidir de que lado da fronteira prefere ficar.
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