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Ministério da Educação virou um caso de polícia
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A notícia de que pastores evangélicos interferem na agenda do ministro da Educação e agenciam a liberação de verbas federais para prefeituras modifica a natureza da destruição que o governo Bolsonaro promove no MEC. Até aqui, havia no setor educacional um caos administrativo. Agora, o estratégico Ministério da Educação virou um caso de polícia.
É inaceitável que os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura, vinculados à Assembleia de Deus, perambulem pelos corredores da pasta da Educação à procura de oportunidades. É intolerável que trafiquem a influência que exercem sobre ministro para agenciar com prefeitos amigos verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, um cofre de R$ 45 bilhões entregue aos cuidados de Marcelo Ponte, ex-assessor do oligarca do centrão Ciro Nogueira.
É inconcebível que o ministro-pastor Milton Ribeiro conviva naturalmente com o descalabro, levando os irmãos intrusos a tiracolo em reuniões internas, em voos da FAB, em encontros com prefeitos.
Nos últimos três anos, passaram pelo comando do Ministério da Educação uma piada colombiana (Velez Rodrígues), uma alucinação (Abraham Weitraub) e um currículo com anabolizante (Carlos Decotelli). O pastor Milton Ribeiro, a quarta tentativa, misturou religião e centrão. Só poderia descambar para o pecado.
A "guerra cultural" que Bolsonaro implantou no MEC não é ideológica, mas financeira. Descobre-se que toda aquela aversão a Paulo Freire, toda aquela vontade de libertar as escolas do comunismo, toda aquela vontade de restaurar o patriotismo... tudo isso era impulsionado pela mesma força que sempre empurra o noticiário para a editoria de polícia: o dinheiro.
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