Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Obras inacabadas são flagelos bem-acabados
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Lula inicia nesta semana a entrega ou retomada de obras antigas. É algo que deseja transformar numa das marcas de sua terceira passagem pela Presidência. Nesta terça-feira, Lula entrega na Bahia chaves do Minha Casa, Minha Vida. Na quarta, inaugura obras em Sergipe. Levantamento do Tribunal de Contas da União revela que há no Brasil 8.674 obras públicas paralisadas. Obra paralisada é um eufemismo para a velha prática de jogar dinheiro público pela janela.
Notícia do Globo revela que há entre as mais de 8 mil construções que o governo deseja reativar pelo menos 223 obras iniciadas nos dois primeiros mandatos do próprio Lula. Há também 1.100 canteiros de obras abertos durante a gestão petista de Dilma Rousseff. Ou seja: se Lula alcançar os seus propósitos, pode entregar obras que ele próprio iniciou e que permaneceram inacabadas durante as três gestões de Dilma, Temer e Bolsonaro.
Dinheiro, como se sabe, é aquilo que você se esfalfa para ganhar antes de ser mordido pela Receita Federal, que entrega de bandeja o fruto do seu suor ao Tesouro Nacional, que se incumbe de fazê-lo chegar às mãos de dois tipos que proliferam no Estado brasileiro: as pessoas que, não adestradas para usar o dinheiro alheio, o desperdiçam; e as pessoas que, adestradas em excesso, o subtraem.
Num ou noutro caso, chega-se ao mesmo resultado: o dinheiro público evapora. E você, rendido à posição paradoxal de contribuinte compulsório, é forçado a concluir que as obras inacabadas são flagelos muito bem-acabado. Constituem o resultado da ineficiência exercida com máxima eficiência.
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