Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Bolsonaro coleciona processos judiciais e você paga a conta dos advogados
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Os quatro anos de Presidência fizeram de Bolsonaro um colecionador de processos judiciais. Fora do trono, ele perdeu as prerrogativas do cargo e o escudo que era fornecido pelo antiprocurador-geral da República Augusto Aras. Mas continua dispondo do amparo financeiro do Tesouro Nacional para o custeio de sua defesa.
Bolsonaro trocou os servidores da Advocacia-Geral da União por defensores privados em 28 processos judiciais. Os advogados passarão a ser bancados pelo Partido Liberal com verbas públicas do fundo partidário. Ou seja: muda a rubrica orçamentária, mas a conta da defesa de Bolsonaro continuará espetada no bolso do brasileiro em dia com a Receita Federal.
Vinte dos processos retirados por Bolsonaro dos escaninhos da AGU correm no Supremo Tribunal Federal. Envolvem suspeitas variadas —da difusão de notícias falsas à incitação do quebra-quebra de 8 de janeiro. Ali, a defesa passará a ser da responsabilidade de Marcelo Bessa. Advogado de estimação do PL, o doutor defendeu o dono da legenda, Valdemar Costa Neto, no escândalo do mensalão. Deu em cadeia.
Como qualquer brasileiro encrencado com a lei, Bolsonaro tem direito à defesa. Se fosse miserável, poderia recorrer aos bons préstimos da Defensoria Pública. Mas o capitão não é um hipossuficiente. Mora no déficit público há 50 anos —desde 1973, quando virou soldado aos 18.
Enxotado do Exército, Bolsonaro elegeu-se vereador, deputado federal e presidente. Amealhou notável patrimônio. Recebe duas aposentadorias do Estado. Está na bica de obter contracheque do PL. Tudo somado, embolsará mais de R$ 80 mil por mês.
Não parece razoável que, além de financiar a bilheteria de Bolsonaro por meio século, o brasileiro seja forçado agora a arcar com o custo dos incêndios judiciais que o personagem provocou no circo durante sua passagem pela Presidência da República.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.