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Lula já demitiu por telefone, mas hesita em apear Juscelino do cavalo
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O ministro Juscelino Filho confunde cargo com propriedade. E Lula confunde prudência com moralidade. "Se ele não conseguir provar a inocência, não pode ficar no governo", disse o presidente em entrevista a Reinaldo Azevedo. Num processo judicial, todo mundo é inocente até prova em contrário. No processo de formação de um governo, certas culpas precedem a nomeação. Juscelino precisa ser demitido como prova em contrário.
Lula já foi rápido na caneta. Em 2004, demitiu Cristovam Buarque da pasta da Educação pelo telefone. Dono de biografia imaculada, Cristovam estava em Portugal. No dia seguinte, viajaria com Lula para a Índia. Tarso Genro substituiu-o no ministério e na comitiva presidencial. Juscelino também está no estrangeiro. Mas não recebeu nenhum telefonema de Lula, que preferiu aguardar a sua volta. Conversarão na segunda-feira.
Sob Bolsonaro, Juscelino aplicou R$ 5 milhões do orçamento secreto no asfaltamento de estrada que passa na porteira de sua fazenda, no Maranhão. Em campanha, omitiu da Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 2,2 milhões em equinos de raça. Na pasta das Comunicações, cavou agenda "urgente" em São Paulo como pretexto para voar nas asas da Força Aérea Brasileira para um leilão de cavalos. Pilhado, comprometeu-se a devolver as diárias. Silenciou sobre a FAB.
Que inocência Lula enxerga em Juscelino?, eis a questão. O presidente demora a perceber. Mas sua hesitação em apear o ministro do cavalo transforma o derretimento moral de um inocente culpado num processo de desmoralização da autoridade presidencial.
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