Josias de Souza

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Centro Carter deixou Lula a pé

Num momento em que Lula ainda tropeça no óbvio distraído, o Centro Carter, observador da eleição presidencial na Venezuela, informou que o óbvio é mesmo o óbvio. Em linguagem seca e direta, esclareceu que a disputa entre Nicolás Maduro e o desafiante Edmundo González "não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática".

Enviado de Lula à frigideira de Caracas, o assessor palaciano internacional Celso Amorim se fiava no VAR do Centro Carter para compor o seu tira-teima. O parecer da entidade foi claro como água de bica. Considerou "grave violação dos princípios eleitorais" o anúncio da reeleição de Maduro sem a divulgação das atas com os resultados de cada seção eleitoral.

Maduro prometeu a Amorim que, em algum momento, levará os dados à vitrine. A partir daí, disse Lula, a oposição que recorra à Justiça se continuar insatisfeita. O diabo é que a falta de transparência não é o único problema. O Centro Carter empilhou em sua lista violações capazes de transformar em piada qualquer hipotético recurso judicial.

Os observadores detectaram desrespeito à própria legislação venezuelana. Mencionarm a restrição às liberdades da oposição. de organizações sociais e da imprensa. Tudo isso e mais um "claro viés" pró-Maduro do órgão eleitoral da Venezuela. Contra esse pano de fundo, alguém que ainda tente contemporizar com o ditador grudará à sua biografia a pecha de golpista.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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