Ditadura de Maduro leva a repressão às redes sociais
Num instante em que Lula começava a reconhecer, em privado, que Nicolás Maduro tornou-se imprevisível, o personagem revela-se extremamente previsível. Ordenou que o Parlamento da Venezuela interrompesse o recesso para votar, a partir desta terça-feira, um pacote antidemocrático. Inclui a asfixia das redes sociais, principal meio utilizado pela oposição para denunciar a fraude nas eleições de 28 de julho e mobilizar o asfalto.
O embrulho inclui também leis que permitem a Maduro apertar ainda mais o cabresto que tenta impor a ONGs, partidos de oposição e imprensa. Permitem, por exemplo, colocar partidos na ilegalidade e multar em até US$ 100 mil entidades, empresas e meios de comunicação que financiem ou divulguem informações que, a critério do regime, "incitem o fascismo", como Maduro se refere à oposição.
Presidente hipotético do Legislativo venezuelano, Jorge Rodríguez não se preocupa em dissimular. Discursando na presença de Maduro, nesta segunda-feira, tornou explícita sua submissão. "Vamos nos dedicar à tarefa [...] de aprovar um pacote de leis que o senhor solicitou para poder cuidar e defender nossa população do ódio..."
Vai ficando entendido que o único sentimento permitido na Venezuela é ódio de Maduro à democracia e aos direitos humanos. No melhor estilo leninista, o ditador vizinho avalia que a liberdade de manifestação é tão preciosa que precisa ser racionada. Maduro defende ardentemente a liberdade de pensamento, desde que morram ou vão para a cadeia todos os que não pensam como ele.
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