Josias de Souza

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Opinião

Marçal se 'esconde' no TikTok como elefante com rabo de fora

Nas redes sociais, Pablo Marçal e seus adversários travam uma disputa de elefante contra formiguinhas. O problema, entretanto, não é o tamanho da superestrutura digital de Marçal. A questão é o rabo do elefante, que está sempre de fora. Tornou-se difícil, muito difícil, dificílimo esconder as vinculações íntimas do candidato com o doping digital dos anúncios pagos e das gincanas que remuneram os cortes de seus vídeos.

Na penúltima descoberta, o Netlab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, rastreou 108 anúncios pagos promovendo Marçal no TikTok. Circularam entre 1° de maio e 16 de setembro. Juntos, somaram mais de 1 milhão de visualizações. Foram comprados por meio de usuários registrados em uma dúzia de países —do Brasil à Suíça.

O rabo do elefante fica de fora, por exemplo, em peças que incluem falas de Marçal prometendo dinheiro a seguidores que divulgarem cortes estrelados por ele. Embora o TikTok proíba propaganda política, há até pedido de voto em Marçal. A plataforma diz ter excluído o material.

Costuma-se dizer que o crime não compensa. Meia verdade. Na seara eleitoral, quando compensa, muda de nome. É rebatizado de "esperteza". No mês passado, a Justiça Eleitoral suspendeu os perfis de Marçal nas redes sociais. Mas autorizou o candidato a abrir perfis alternativos, sem anabolizantes financeiros.

A pedido do PSB, partido de Tabata Amaral, abriu-se contra Marçal uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije). Poderia resultar na cassação do registro da candidatura de Marçal. Mas isso não acontecerá. No limite, pode levar à declaração de inelegibilidade depois —muito depois— das eleições. Na improvável hipótese de vitória de Marçal, talvez nem isso.

De resto, a propaganda irregular sujeita o candidato a multas de R$ 5.000. Ou duas vezes o valor pago pelo esteroide digital. Ainda que fossem reunidas provas ligando o rabo ao dono, qualquer multa seria dinheiro de cafezinho para um elefante multimilionário.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

56 comentários

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Marialva Thereza Swioklo

Sou eleitora da cidade de São Paulo e assisto aos pronunciamentos e entrevistas dos candidatos. Estou indignada com a baixaria que ouço e vejo. Um candidato se destaca quando ao quesito baixaria, Pablo Marçal. Ignorante dos problemas de São Paulo, incapaz de  elaborar projetos e açôes,  parte para a provocação  e ofensas aos demais candidatos, calúnias , palavrões, enfim,  uma pessoa sem qualquer vestígio de civilidade. Quanto à sua proganda ( paga ) no TiKTok acompanho com um misto de perplexidade e revolta. O citado Pablo mente descaradamente, zomba dos seus seguidores, os humilha e grita, grita sempre, clamando que ele, Pablo, é mais inteligente, que venceu na vida (apesar de a gente não saber como). Uma vergonha para o povo pailistano !

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Roberto Monteiro Alves

Uma coisa que os seguidores do influencer não pararam para pensar nem por um segundo: de onde vem tanto dinheiro? Como o cara conseguiu tanto dinheiro em tão pouco tempo? Eles realmente acreditam que o cara é, sei lá, um exemplo de moralidade, por causa das coisas que ele diz. Mas... e o que ele não diz?

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Kleber a da S Simoes Servicos Me

As girafas na Amazônia, o nobre colunista tem notícias? Não vemos o estimado expert comentar sobre os outros candidatos ou políticos de esquerda. Não se vê uma única notícia sobre os incêndios e falta de segurança no governo do amor. Poupe-nos de vossa parcialidade.

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