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Diretor facilitava entrada de drogas para prisioneiros do PCC, diz polícia
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O agente penitenciário Thiago dos Reis, 33, é acusado de facilitar a entrada de centenas de quilos de cocaína e maconha para presos do PCC (Primeiro Comando da Capital) no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) Edgard Magalhães de Noronha, conhecido como Pemano, em Tremembé (SP).
Segundo a Polícia Civil, o esquema foi descoberto no início de fevereiro deste ano, quando foram encontrados 8,7 kg de maconha e 947 gramas de cocaína em caixas de Sedex enviadas pelos Correios. Thiago era o diretor do setor de inclusão, responsável por entregar as encomendas aos presos.
A primeira caixa chegou ao setor em 1ª de fevereiro e, após passar pelo aparelho de raio-X, foi marcada como suspeita. A segunda foi recebida em 3 de fevereiro e exalava forte cheiro de maconha. Ambas foram recolhidas por determinação da diretoria do presídio.
Thiago já era monitorado na unidade prisional porque contra ele havia denúncias feitas por um funcionário e também por três presidiários, todos eles na condição de testemunhas protegidas. Os detentos foram ouvidos pela Polícia Civil e confirmaram as delações.
A defesa de Thiago contestou as acusações, alegando que "ele sempre esteve no combate à criminalidade, realizando apreensões relacionadas às drogas, demonstrando empenho e determinação, sendo elogiado pela unidade prisional em 27 de janeiro deste ano pelos excelentes serviços prestados".
Já as testemunhas protegidas disseram em depoimento que Thiago recebia R$ 2.500 por quilo de maconha e R$ 5.000,00 por cada quilo de cocaína entregue aos presos. Os denunciantes acrescentaram que o dinheiro era pago pelo PCC.
Uma apuração preliminar conduzida pela SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) concluiu que Thiago, "exercendo a função de diretor do setor de inclusão, passou a ser o articulador do forte esquema criminoso do PCC, possibilitando a entrada de centenas de quilos de maconha e cocaína na unidade prisional, uma das maiores do estado".
"Presídio dos famosos"
O servidor foi preso em 22 de fevereiro. Ele está recolhido na Penitenciária 2 de Tremembé, chamada de "presídios dos famosos", por abrigar principalmente detentos que cometeram crime de grande repercussão, além de agentes penitenciários, policiais, advogados e portadores de diploma de curso superior.
Em 5 de abril, o juiz Luiz Fellipe de Souza Marino, da 2ª Vara Criminal de Taubaté, aceitou a denúncia contra Thiago oferecida pela promotora de Justiça Daniela Rangel Cunha Amadei. O magistrado também determinou a quebra do sigilo bancário do agente penitenciário e da mulher dele.
Thiago virou réu. O juiz Marino marcou para o dia 1º de julho, às 16h30, a audiência virtual de instrução, interrogatório, debates e julgamento do caso. O prisioneiro responde a processo por tráfico de drogas. A pena para esse crime é de 5 anos a 15 anos de reclusão.
No mês passado, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Taubaté, órgão subordinado ao Ministério Público Estadual, desarticulou uma quadrilha que traficava drogas e armas e introduzia telefones celulares no CPP Pemano. Foram cumpridos 15 mandados de prisão e nove de busca e apreensão.
Reportagem publicada nesta coluna no dia 6 de maio mostrou que desde setembro do ano passado, a unidade era invadida pelos "ninjas", as pessoas contratadas pelo PCC para arremessar centenas de celulares, além de drogas e armas para os presos.
O CPP Pemano é destinado aos presos que cumprem pena em regime semiaberto. Segundo informações do site da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária, a unidade tem capacidade para 2.672 prisioneiros, mas abrigava nesse domingo (13), 2.724 detentos.
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