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Integrante do PCC é ouvido por juiz em audiência virtual apesar de foragido
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Foragido da Justiça, Edmilson Meneses, 48, o Grilo, participou ontem (25) de audiência virtual na 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital e foi interrogado pelo juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo.
Segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Grilo, procurado pela polícia e com prisão preventiva decretada, "compareceu à audiência de "forma clandestina, por meio de um usuário de nome rômulo. ruivo".
Para os promotores de Justiça, a atitude de Grilo, ao agir clandestinamente, sem apresentar documento de identidade, reforça a necessidade de manter a prisão cautelar dele. O MP-SP defendeu a abertura de inquérito para apurar eventuais crimes contra a administração da Justiça cometido pelo foragido.
Grilo foi denunciado à Justiça por associação à organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele e outros 17 réus apontados como integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) são acusados de movimentar R$ 1 bilhão da facção criminosa no período de janeiro de 2018 a julho de 2019.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), órgão subordinado ao MP-SP, classifica Grilo como um criminoso de altíssima periculosidade. Ele é cunhado de Roberto Soriano, o Tiriça, da cúpula do PCC e preso na Penitenciária Federal de Brasília.
De acordo com o Gaeco, o fugitivo é egresso do sistema prisional desde 11 de fevereiro de 2016 e em 2013 integrou a célula "sintonia dos gravatas", o braço jurídico do PCC, acusado de levar e trazer recados para os líderes da facção recolhidos à época na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).
Os relatórios de investigações elaborados pelo Gaeco mencionam que Grilo é um grande traficante de drogas na capital paulista e também atua no mercado internacional, mais especificamente na exportação de cocaína para a Europa.
Além de Grilo também participou da audiência ontem o preso Valdeci Alves dos Santos, 50, o Colorido. Ele estava foragido desde agosto de 2014 e foi capturado no último dia 16 por policiais rodoviários federais em uma blitz em Salgueiro, no interior pernambucano.
A defesa
Colorido está recolhido na Penitenciária Federal de Brasília. Antes de ser detido, ele era apontado pelo MP-SP como o número 2 do PCC nas ruas, ficando atrás apenas de Marcos Roberto de Almeida, 52, o Tuta, ainda foragido. Os dois réus ouvidos se declararam inocentes ao magistrado.
Procurado pela reportagem, o advogado Bruno Ferullo, defensor de Edmilson e Valdeci, disse que seus clientes não são traficantes de drogas, não integram o crime organizado e foram absolvidos sumariamente pela Justiça da acusação do crime de lavagem de dinheiro.
Segundo Bruno Ferullo, todas as acusações feitas pelo MP-SP contra os clientes são infundadas e inverídicas. Ele acrescentou que a inocência de ambos será demonstrada ao longo da instrução processual.
Em relação ao fato de Edmilson ter participado da audiência virtual mesmo foragido, o defensor afirmou que "esse é um direito de todos os réus, presos ou não, e se traduz em prerrogativas jurídicas essenciais que derivam da garantia constitucional".
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