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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Condenado pelo roubo de R$ 500 milhões em joias do Itaú volta à prisão

Jóias roubadas do assalto ao banco Itaú em São Paulo - Divulgação
Jóias roubadas do assalto ao banco Itaú em São Paulo Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

30/03/2023 04h00

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Alessandro Fernandes, 49, condenado a 18 anos e oito meses por participar do maior roubo a banco do Brasil aproveitou os cinco anos foragido da Justiça para estudar. Ele se formou em engenharia civil na Unip (Universidade Paulista) e vinha cursando o 1º semestre de direito na mesma instituição.

Os dias de estudo e de liberdade de Alessandro terminaram na manhã de quarta-feira (28). Ele foi capturado por policiais militares do 3º Batalhão de Choque na rua Professor José Soares de Mello, 179, no Jardim Centenário, zona norte de São Paulo.

Os PMs chegaram até Alessandro graças à denúncia anônima. Ele não ofereceu resistência ao receber voz de prisão e foi conduzido para o 72º DP (Vila Penteado). Nesta quinta-feira vai passar por audiência de custódia e depois deve ser levado para um presídio de regime semiaberto.

Alessandro saiu do CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Mongaguá (litoral sul de SP), em outubro de 2016, graças a um habeas corpus. Segundo o advogado dele, Anderson Minichillo da Silva Araújo, no ano seguinte a liberdade do cliente foi revogada pela Justiça.

Ele deveria retornar à unidade prisional, para cumprir o restante da pena em regime semiaberto. Alessandro, porém, não voltou e desde então passou a ser considerado fugitivo. Contra o assaltante havia um mandado de prisão em aberto.

Anderson Minichillo afirmou que o cliente se formou em engenharia civil na Unip, no campus da Barra Funda, zona oeste, e estava cursando o 1º semestre de Direito na mesma instituição de ensino. O advogado disse que ele também estava trabalhando.

Segundo a Polícia Civil, Alessandro e outros quatro ladrões participaram do maior roubo da história do Brasil, estimado em R$ 500 milhões entre joias, pedras preciosas e moedas estrangeiras levados do Banco Itaú da avenida Paulista. O crime aconteceu em agosto de 2011.

Alta sociedade

As investigações apontaram que Alessandro era especialista no uso de maçarico e providenciou as ferramentas utilizadas para arrombar os cofres da agência bancária, como divulgou esta coluna na edição de 21 de novembro de 2021.

Policiais civis apuraram que os assaltantes contaram com a ajuda de um vigilante e de um funcionário de uma empresa responsável pelo alarme da agência. Os criminosos ficaram 10 horas no banco e arrombaram 161 cofres dos clientes.

As vítimas eram da alta sociedade. O Poder Judiciário de São Paulo classificou o roubo ao Itaú como o "mais ousado assalto a banco da história do país".

Na sentença de condenação dos réus, o juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, da 4ª Vara Criminal, mencionou que "foi o maior crime patrimonial contra instituições financeiras do Brasil".

Investigadores disseram à época que dos 161 cofres arrombados, em 142 havia joias, metais preciosos, canetas e relógios de ouro, dólares, euros e documentos. Segundo o juiz Rafael Rocha, os ladrões levaram de R$ 250 milhões a R$ 500 milhões em bens dos clientes.

Os agentes também apuraram que muitas vítimas deixaram de prestar queixa à polícia porque não tinham declarado os bens. A Polícia Civil também informou na ocasião que famílias tradicionais de São Paulo, como a do ex-governador Paulo Maluf, tiveram os pertences roubados.