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Brasileiras inocentes presas na Alemanha viajariam 20 dias pela Europa
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O sonho de viajar durante 20 dias pela Europa virou pesadelo para a veterinária Jeanne Paolini, 40, e a namorada, a empresária Kátyna Baía, 44. As brasileiras foram presas por tráfico internacional de drogas no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, no dia 5 de março deste ano, mas são inocentes, segundo seus advogados.
As malas delas e as etiquetas com os respectivos nomes foram trocadas por outras por uma quadrilha de narcotraficantes, formada por funcionários terceirizados do aeroporto internacional de Guarulhos (SP). Seis deles foram presos ontem pela Polícia Federal.
Nas bagagens atribuídas às brasileiras pela polícia alemã foram apreendidos 40 kg de cocaína. Jeanne e Kátyna foram presas logo após o desembarque. Elas disseram ser inocentes, afirmaram que aquelas malas não eram delas e possivelmente tinham sido trocadas.
As argumentações da veterinária e da empresária de nada adiantaram. Policiais alemães não acreditaram na versão das brasileiras. Elas sofreram humilhação, foram detidas e levadas para um presídio feminino em Frankfurt.
A prisão de Jeanne e Kátyna completa um mês nesta quarta-feira (5). A reportagem conversou ontem à noite com um dos advogados das brasileiras. Ele contou que as clientes viajaram em férias e pretendiam ficar 20 dias na Europa, passando por alguns países. Ambas já haviam feito outras viagens juntas.
O defensor afirmou que a veterinária e a empresária são um casal e embarcaram no aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia. Acrescentou que ambas fizeram uma conexão em Guarulhos e seguiram para a Alemanha. O destino era Berlim. Mas em Frankfurt foi feita outra conexão.
Segundo o advogado, a Polícia Federal enviou ontem à polícia alemã um relatório de investigação mostrando que as brasileiras são inocentes da acusação de tráfico internacional de drogas. A documentação mostra as fotos das malas das duas em Guarulhos.
As bagagens apreendidas em Frankfurt são de outras cores. O relatório da PF também menciona que seis funcionários terceirizados do aeroporto de Guarulhos foram presos ontem por tráfico internacional de drogas e estão envolvidos na troca das malas.
Preconceito e suspeição
O advogado está otimista e tem esperança que as clientes sejam colocadas em liberdade em breve. Ele disse que o relatório da PF enviado à polícia de Frankfurt comprova a inocência das brasileiras e irá convencer as autoridades alemãs.
O defensor comentou, no entanto, que infelizmente há, no exterior, principalmente na Europa, um preconceito, um estigma contra os viajantes brasileiros nos aeroportos, que em muitos casos são sempre vistos como suspeitos.
Jeanne e Kátyna também são assistidas na Alemanha pela advogada Luna Provázio Lara de Almeida. É a defensora quem está acompanhado há um mês a situação das duas clientes recolhidas no presídio feminino de Frankfurt.
Essa não é a primeira vez que a Polícia Federal prende funcionários terceirizados no aeroporto de Guarulhos envolvidos em tráfico internacional de drogas.
Em julho de 2022 foram expedidos 23 mandados de prisão preventiva. A operação da PF contra os narcotraficantes foi deflagrada em Guarulhos, Sorocaba, Praia Grande e Lisboa. Os suspeitos tinham acesso à pista do terminal, onde colocavam as malas cheias de drogas no porão das aeronaves, sem passar pelo sistema de raio-x.
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