Josmar Jozino

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Justiça nega revisão de condenação de Marcola por morte de juiz-corregedor

O Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu o pedido de revisão criminal da condenação de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, a 29 anos de prisão pelo assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antônio José Machado Dias, morto a tiros em março de 2003.

Preso atualmente na Penitenciária Federal de Brasília, Marcola considerado pelas forças de segurança como o principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi acusado de ser um dos mandantes do crime.

Bruno Ferullo, advogado de Marcola, informou por meio de nota que "inexiste prova segura, não se podendo garantir de maneira absoluta, induvidosa a responsabilidade do seu cliente e que jamais poder-se-ia apená-lo".

Segundo o defensor, "tal atitude, inclusive, viola o princípio basilar do direito penal, qual seja, in 'dubio pro reo' [na dúvida, em favor do réu]. É evidente a continuidade de erros proferidos pelo Judiciário no presente caso, assim como a fragilidade probatória em relação à acusação".

A nota do advogado diz ainda que, "seja pela ausência de provas que o condenem, seja pela condenação pautada em provas colhidas exclusivamente no inquérito policial, a defesa do réu irá recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)".

O 7º Grupo de Direito Criminal do Tribunal de Justiça, composto por sete desembargadores, em votação unânime, indeferiu, na última terça-feira (16), o pedido por entender que a prova dos autos demonstrou que Marcola foi um dos autores intelectuais do crime.

O relator do caso, desembargador Hernann Herschander, observou na decisão que testemunhas do processo, entre eles presos que cumpriram pena com Marcola e policiais que investigaram o crime, disseram em juízo que o réu foi o mandante do crime.

Na avaliação dos desembargadores, a condenação foi "uma decisão soberana que encontrou respaldo nas provas produzidas, o que impedi o deferimento da revisão criminal".

Morto na saída do fórum

02.08.2021 -- Juiz Antônio José Machado Dias, assassinado em 2003 a mando do PCC
02.08.2021 -- Juiz Antônio José Machado Dias, assassinado em 2003 a mando do PCC Imagem: Divulgação

Antônio José Machado Dias, chamado de Machadinho, era responsável pelos presídios da região oeste do estado, onde continuam recolhidos até hoje integrantes do PCC. O magistrado era considerado linha-dura pelos faccionados.

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Machadinho foi morto a tiros no dia 14 de março de 2003, logo após encerrar o expediente no fórum da comarca de Presidente Prudente. Seis réus foram condenados pela Justiça de São Paulo por envolvimento no assassinato do magistrado.

Ronaldo Dias, o Chocolate, recebeu uma pena de 16 anos. João Carlos Rangel Luisi, o Jonny, foi condenado a 19 anos; Adilson Daghia, o Ferrugem, a 26 anos; e Reinaldo Teixeira da Silva, o Funchal, a 30 anos. Os quatro foram apontados como executores do crime.

Além de Marcola, Júlio César Guedes de Moraes foi condenado a 29 anos de prisã. Conhecido como Julinho Carambola, ele é tido como o número 2 na hierarquia da facção. Segundo o Ministério Público de São Paulo, ambos foram os mandantes do homicídio.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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