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Daniel Silveira atacou STF em vídeo para impressionar Jair Bolsonaro
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O vídeo feito pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal e que resultou no seu mandado de prisão, foi gravado com intenção de impressionar o presidente Jair Bolsonaro e seu entorno visando as eleições de 2022.
Pessoas próximas a Bolsonaro e ao deputado contaram à coluna que Silveira "não andava tão bem" com o presidente e seus assessores mais próximos. As discussões em torno das eleições do ano que vem e as possíveis trocas de partido teriam motivado dúvidas sobre o quanto Silveira se manteria fiel ao bolsonarismo.
Com isso, Silveira se sentiu na obrigação de dar uma "prova de lealdade" e o fez por meio das redes sociais, cumprindo a "cartilha do bolsonarismo". O deputado decidiu então fazer um vídeo em casa para entrar na defesa do general Villas Bôas que estava travando uma discussão pública com o ministro Edson Fachin.
No vídeo, que motivou a prisão, Silveira atacou não apenas Fachin, mas cinco ministros do STF. Em um trecho chegou a dizer: "Vá lá, prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Fala pro Alexandre de Moraes, o homenzão, o fodão, vai lá e manda ele prender o Villas Bôas. Vai lá e prende um general do Exército. Eu quero ver, Fachin. Você, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, o que solta os bandidos o tempo todo".
A coluna apurou que o vídeo foi, num primeiro momento, bem recebido no núcleo de bolsonaristas mais radicais, que o compartilharam em grupos de Whatsapp. No entanto, nenhum se manifestou publicamente para não criar problemas para o presidente Jair Bolsonaro com o STF. Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro não fizeram, até o momento, qualquer menção de apoio ou crítica ao vídeo ou à decisão do ministro Alexandre de Moraes de prender o deputado.
A avaliação entre bolsonaristas é que Silveira deve crescer politicamente após o episódio da prisão e pode chegar a disputar o eleitorado do deputado Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão, amigo íntimo do presidente Jair Bolsonaro.
O parlamentar e sua equipe estão, inclusive, gravando ao vivo cada movimento após a prisão. Foram feitos dois vídeos, um ainda em casa e outro dentro do IML no qual Silveira discute com uma funcionária para não usar máscara.
Ao ouvir os pedidos para colocar a proteção, Silveira se irritou e começou a discutir: "Não existe? A senhora não manda em mim não", disse, já exaltado. "Você acha que tá falando com vagabundo? Pior coisa que tem é militante petista", afirma ele, ao sugerir que foi reconhecido pela servidora e que ela estaria querendo "fazer um espetáculo".
Daniel Silveira está preso na Superintendência da PF no Rio. A coluna apurou que ele está em uma cela da carceragem da PF. Não é o mesmo local em que ficou o presidente Michel Temer quando esteve preso na unidade, já que presidentes possuem prerrogativa para uso de uma sala de estado. Temer ficou em um espaço que era a sala do corregedor.
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