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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Bolsonaro observará novo comandante do Exército e não descarta mudanças

O almirante Almir Ganier, o ministro Braga Neto, o general Paulo Sérgio Nogueira e o brigadeiro Baptista Júnior - Alexandre Manfrim / Ministério da Defesa
O almirante Almir Ganier, o ministro Braga Neto, o general Paulo Sérgio Nogueira e o brigadeiro Baptista Júnior Imagem: Alexandre Manfrim / Ministério da Defesa

Colunista do UOL

01/04/2021 14h17Atualizada em 01/04/2021 15h43

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A decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo nome do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira para o Comando do Exército demonstrou que ele cedeu às orientações de seus conselheiros mais próximos e entendeu que a crise com as Forças Armadas poderia se ampliar caso ele não seguisse o critério de antiguidade na escolha.

Interlocutores de Bolsonaro, porém, acreditam que o presidente vai estar de olho em cada movimento do novo comandante. Eles dizem que Bolsonaro observará o comportamento para ver se o general Paulo Sérgio segue o esperado pelo presidente. Caso contrário, novas trocas não estariam descartadas.

A escolha de Paulo Sérgio causou surpresa. O perfil do novo comandante é próximo ao do general Edson Pujol, que deixou o cargo essa semana após desentendimentos com o presidente que esperava uma atuação mais política. Militares não acreditam que o novo comandante terá atuação diferente.

A preferência do presidente era pelo general Marco Antônio Freire Gomes, atualmente no Comando Militar do Nordeste, mas ele tinha seis nomes à sua frente. Mas a escolha de Bolsonaro também surpreendeu porque o presidente tinha criticado internamente o general Paulo Sérgio por declarações que concedeu em uma entrevista no jornal Correio Braziliense em que chegou a dizer que se preparava para a possibilidade de uma terceira onda da covid-19.

No entanto, já estava programado para que os outros dois generais mais antigos, Décio Schons (Departamento de Ciência e Tecnologia) e César Nardi (Assuntos Estratégicos do Ministério da Defesa) fossem para a reserva essa semana.

A coluna apurou que, com a escolha do nome de Paulo Sérgio, Bolsonaro cedeu aos apelos, em especial, do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), para manter o critério de antiguidade. Até o momento, Heleno não se manifestou publicamente sobre as mudanças.