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Em meio à delação, viúva de Adriano recebe falso contato sobre tornozeleira
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Na semana passada, Júlia Lotufo, viúva do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, recebeu um contato de alguém que se identificou como servidor da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) e disse que ela precisava fazer uma manutenção do aparelho. No entanto, a ligação não era, realmente, de um servidor da instituição.
A coluna apurou que a pessoa que ligou disse que precisava ir pessoalmente na casa onde Júlia cumpre prisão domiciliar desde abril deste ano. Ela teve a prisão decretada na Operação Gárgula, em março. Júlia então teria dito que não iria receber ninguém e a pessoa insistiu para que ela se dirigisse à Seap.
Desconfiada, a viúva do ex-oficial do Bope desligou e fez contato com a secretaria para saber se realmente era necessário fazer alguma manutenção de sua tornozeleira. Ao fazer o contato, descobriu que a Seap não tinha feito contato algum.
Júlia comunicou o caso ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio). A coluna tentou contato com a defesa de Júlia Lotufo, mas não obteve retorno.
Questionada pela coluna, a Seap informou por nota que "tomou conhecimento da ligação citada após ser oficiada pelo Poder Judiciário perguntando o motivo da ligação". A Seap disse ainda que, conforme respondido à Justiça, "não houve qualquer ligação feita da Seap para a pessoa informada".
Júlia Lotufo foi companheira de Adriano da Nóbrega, ex-oficial do Bope e líder do Escritório do Crime, milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro. Nóbrega morreu em fevereiro do ano passado durante uma operação policial na Bahia. Ele passou mais de um ano foragido da Justiça.
Após ser acusada por crimes envolvendo o Escritório do Crime, Júlia decidiu tentar um acordo de colaboração premiada com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Parte do depoimento de Júlia tratava do caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes
Também na semana passada, as promotoras Simone Sibilio e Letícia Emile decidiram deixar a investigação sobre o mandante do homicídio. Elas cuidavam do caso há mais de dois anos e apontaram inconsistências nos relatos de Júlia. Segundo o jornal O Globo, as promotoras temiam interferência externa e, por isso, deixaram o caso. As promotoras também teriam entregado um dossiê ao procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos.
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