Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Demônio, bem contra o mal e militância paga: Bolsonaro está em campanha
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Batalha espiritual, demônio, luta do bem contra o mal, oração e o direito a uma segunda chance. Esse é um pequeno resumo do tom dos discursos que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro ouviram no "Movimento Filia Brasil", nome criado de última hora para o evento que pretendia ser o lançamento da pré-candidatura à reeleição de Bolsonaro. No entanto, com o risco de ferir a legislação eleitoral, o nome foi modificado.
Acostumado a conviver com multidões, é provável que Bolsonaro tenha visto do palco que seus apoiadores não lotaram o salão do Centro Internacional de Convenções do Brasil, local do evento.
A coluna também conversou com diversos militantes, sob anonimato, e ouviu deles que, para estar ali, os apoiadores tinham recebido dinheiro para pagar o combustível ou que tinham vindo em ônibus fretados. Uma grande parte deles estava com camisetas para divulgar o nome de Rafael Sampaio, pré-candidato a deputado federal e assessor da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda.
Alguns deles também estavam com faixas com frases de apoio a Bolsonaro, Flávio e Sampaio e tinham a inscrição: "Cumprindo a missão". A mesma mensagem também estava nas camisetas dos militantes.
O PL (Partido Liberal), porém, estimou em três mil o público do evento que também contou com a presença de diversos ministros e políticos. Bolsonaro esteve acompanhado da primeira-dama Michelle e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho mais velho.
Batalha espiritual
Pouco antes de passar o microfone a Bolsonaro, o locutor do evento disse: "É uma batalha espiritual. Quero dizer que temos que orar e agradecer. O diabo e o demônio vem para roubar, mentir, confundir, para matar e destruir. Veio a esquerda e roubou o país, veio a esquerda e tentou matar e tirar a vida do Jair Messias". Os presentes ainda rezaram uma oração do pai-nosso antes de Bolsonaro iniciar seu discurso.
O presidente deu diversos recados durante seu discurso. Citou ações do governo, criticou governadores por medidas de isolamento social durante a pandemia e entrou no clima de "batalha espiritual" mencionado pelo locutor. "O nosso inimigo não é externo, é interno. Não é luta da esquerda contra a direita, é do bem contra o mal", afirmou Bolsonaro.
Novamente, o presidente ensaiou uma vacina para as críticas contra sua filiação ao PL de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda do presidente e que foi condenado pelo STF no Mensalão do PT.
O Bolsonaro que tantas vezes criticou a corrupção e disse que "bandido bom é bandido morto" quis soar mais compreensivo. "Somos todos humanos e podemos errar", disse o presidente. Ainda completou: "Quem está aqui e não merece uma segunda chance?"
Flávio Bolsonaro seguiu na linha pai. Falou da família, mas já se antecipou às críticas pela denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que o acusou de liderar uma organização criminosa que desviou R$ 6 milhões da Alerj. "Quando ele vem defender o instituto família, não é defender um filho não. Não é defender um parente ou um amigo por algo que fez de errado que nós não fizemos nada de errado", discursou o senador. No entanto, como o STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou diversas provas, os procuradores fluminenses terão que refazer parte das investigações para poder oferecer nova denúncia sobre o caso.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.