Não é Biden que está ganhando, mas Trump que está perdendo para o vírus
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Não é Joe Biden que está ganhando, mas Donald Trump que está perdendo de lavada para o coronavírus.
Pesquisa da rede de TV ABC mostra que o presidente americano tem a condenação até da maioria do eleitorado branco quando se trata de avaliar o seu desempenho contra a covid-19. Dos entrevistados brancos, 55% desaprovam a forma como Trump lida com o vírus. Ele ainda consegue o surpreendente suporte de 45%.
Mas quando a pesquisa indaga a avaliação dos eleitores negros e de origem latina (hispânicos nos EUA), a vida de Trump piora ainda mais. Para 92% dos negros, Trump merece desaprovação. Apenas 7% aprovam o modo como o republicano responde à pandemia. Entre os eleitores hispânicos, 72% desaprovam e 28% aprovam o trabalho de Trump.
Num levantamento recente feito pelo jornal "Washington Post" e também pela TV ABC, 58% consideram o democrata Joe Biden mais confiável para lidar com a pandemia. Apenas 30% pensam assim a respeito de Trump.
Na noite de sábado, a rede de TV CNN destacou uma pesquisa na Geórgia, Estado no qual os democratas tiveram a última vitória em eleição presidencial no ano de 1992. Reduto dos republicanos nas últimas seis disputas pela Casa Branca, a Geórgia está hoje rachada. Biden e Trump têm exatamente 47% de intenção de voto no estado.
Se numa fortaleza republicana as coisas andam apertadas para Trump, o cenário é desesperador para o presidente no resto de um país em que a pandemia cresce. De acordo com a CNN, Biden teria 353 votos no Colégio Eleitoral se a eleição fosse hoje. Trump conseguiria apenas 185 votos.
Não basta ganhar no voto popular nos Estados Unidos. É preciso vencer no Colégio Eleitoral, no qual um grupo de cerca de dez estados define a parada. Dos 537 delegados, é preciso reunir maioria absoluta (270). Biden está sobrando.
Em 2016, uma leitura do resultado eleitoral foi que Hillary Clinton perdeu. Não foi Trump que ganhou. Agora, a mesma avaliação pode ser feita em benefício de Biden, que está jogando meio parado, deixando a eleição ser um referendo sobre a conduta de Trump na pandemia.
Como diria Drummond, no meio do caminho tinha um vírus, tinha um vírus no meio do caminho.
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