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Kennedy Alencar

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

André Mendonça faz campanha para ministro do STF em sessão da corte

André Mendonça, advogado-geral da União e candidato a ministro do STF - Dida Sampaio / Estadão Conteúdo
André Mendonça, advogado-geral da União e candidato a ministro do STF Imagem: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

07/04/2021 15h43

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O advogado-geral da União, André Mendonça, usou a sessão do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira para mentir e fazer campanha para integrar a corte.

"Os cristãos não estão dispostos a matar, mas estão dispostos a morrer por sua fé". Esta foi a frase síntese de alguém que parecia um pastor-geral da nação candidato a uma vaga no STF.

Toda a argumentação de Mendonça girou em torno da manipulação política da fé das pessoas. Não há nenhuma proibição à liberdade de culto e ao exercício da fé, direitos abraçados pela Constituição.

Existe uma decisão de governadores e prefeitos de proibir temporariamente a realização de missas e cultos porque o país está no pior momento da pandemia de coronavírus. Há recorde de casos, de internações e de mortes. A proibição temporária tem respaldo sanitário, político e jurídico.

Mendonça falou para Bolsonaro. Jogou baixo, mas à altura do que é. Fez campanha para ministro do STF "terrivelmente evangélico", como disse desejar o presidente.

Em pleno século 21, o Supremo hoje tem sido palco de manifestações que misturam igreja e Estado. O atraso civilizatório no Brasil avança a passos largos. É preciso denunciá-lo e combatê-lo sem hesitar.

O retrocesso brasileiro acontece devido à omissão das instituições. Vamos ver a reação dos iluministas do Supremo que chocaram o ovo da serpente e hoje têm de lidar com a tragédia brasileira. São 15h43 e a sessão mais obscurantista do Supremo corre a pleno vapor.