Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
STF fortalece CPI da Pandemia e impõe grave derrota a Bolsonaro e Pacheco
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A decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal que confirmou o direito constitucional de a minoria parlamentar instalar a CPI da Pandemia é uma grave derrota do presidente Jair Bolsonaro, mas também do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
O STF fortaleceu a CPI da Pandemia, dando a ela o aval de um dos Poderes da República porque Pacheco estava agindo ilegalmente. Ficou mais difícil para Bolsonaro e Pacheco tentar esvaziar a investigação.
O presidente do Senado estava simplesmente desrespeitando a Constituição ao impedir a instalação de uma CPI que cumpria todos os requisitos legais para começar a funcionar (objeto determinado, apoio de, pelo menos, um terço dos 81 senadores e prazo determinado). É muito negativo para um presidente do Senado, que também preside o Congresso, tomar um puxão de orelha de todo o plenário do Supremo, que referendou a decisão monocrática do ministro Roberto Barroso dada na semana passada pela instalação imediata da CPI.
Com o julgamento do plenário do STF, ficarão mais difíceis as manobras protelatórias que Pacheco tenta patrocinar, como exigir reunião presencial para escolher presidente e relator da CPI. Ora, o STF e o próprio Senado têm funcionado virtualmente. O planeta está trabalhando assim.
Pacheco tenta prestar serviço a Bolsonaro, que o escuta sobre indicações para o governo. O presidente do Senado alegou que não era momento de instalar CPI, assumindo ares de ditador no Congresso e de falso moderado. Usou a justificativa inacreditável de que o funcionamento da CPI desacreditaria as autoridades públicas. O descrédito das autoridades públicas decorre de atitudes como as de Bolsonaro e de Pacheco, por exemplo.
Por último, Pacheco invocou risco à saúde dos senadores em eventuais reuniões presenciais. Haja vontade de apresentar desculpas esfarrapadas. Se tivesse em relação ao bem-estar da população a mesma preocupação demonstrada a respeito da saúde dos parlamentares, ele teria instalado faz tempo a CPI, uma medida que pode diminuir a sabotagem diária de Bolsonaro à vida dos brasileiros.
Pacheco tem sido cúmplice do genocídio em curso no país. É parceiro de Bolsonaro na resposta incompetente à pandemia. Aliás, a quantas anda o pacto nacional que ele e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), encenaram com o genocida faz duas semanas?
Discurso cordial e vazio não é moderação política, mas o tipo de esperteza que, quando excessiva, costuma engolir o dono, como se diz em Minas Gerais.
Especular a respeito de eventual candidatura presidencial de Pacheco só mesmo achando que o fracasso subiu à cabeça, o que é uma atitude típica de Bolsonaro e auxiliares. Esse rumor que parece piada ganhou a praça devido a análises equivocadas do Palácio do Planalto.
Rodrigo Pacheco conquistou a presidência do Senado recentemente e já obteve a proeza de ficar mal na foto histórica. Não dá para levar a sério uma aspiração presidencial que começa tão capenga e com erros tão básicos na política.
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