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CPI da Covid deve manter foco em Bolsonaro, que pode turbinar terceira onda
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Convocar nove governadores será uma perda de tempo para a CPI da Pandemia. Estados não são os responsáveis pela tragédia da pandemia. A culpa do desastre é do governo federal, com especial destaque para o presidente negacionista Jair Bolsonaro.
Na sessão desta quarta-feira, houve uma espécie de empate entre os senadores que desejam investigar de fato os motivos de mais de 450 mil brasileiros terem morrido e aqueles, os senadores negacionistas e governistas, que fazem jogo de empurra. Governistas conseguiram melar um pouco o jogo ao chamar tantos governadores CPI. Daí o empate.
Foram convocados os seguintes governadores: Wilson Lima (AM), Helder Barbalho (PA), Ibaneis Rocha (DF), Mauro Carlesse (TO), Carlos Moises (SC), Antonio Oliverio Garcia de Almeida (RR), Waldez Góes (AP), Wellington Dias (PI) e Marcos José Rocha dos Santos (RO).
A CPI também decidiu ouviu o ex-governador do Rio Wilson Witzel, uma figura política que nasceu na onda bolsolavajatista de 2018 e que encontrou o seu lugar na lata de lixo da História.
Em breve, esse local será o destino de Bolsonaro e de senadores como Eduardo Girão (Podemos-CE), chamado de "oportunista pequeno" pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Por ora, Bolsonaro e Girão ainda fazem um estrago na saúde pública. Aziz se referira à atuação de Girão no Senado, que combina uma coisa nos bastidores e faz outra nos microfones da CPI.
No momento em que uma terceira onda é iminente, a CPI deveria manter o seu o foco no governo federal. Apesar da controvérsia jurídica, faz sentido político o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para convocar o presidente da República. Talvez transformar a convocação em convite possa ser uma saída jurídica e política. Não há dúvida de que o presidente merece ser questionado por suas ações e omissões. A CPI já obteve provas de crimes comuns e de responsabilidade cometidos por Bolsonaro.
Nesse contexto, será importante ouvir o assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, o empresário Carlos Wizard e o ex-assessor especial da Presidência Arthur Weintraub. Esse trio faria parte do "aconselhamento paralelo" a Bolsonaro. Aconselhamento que contribuiu para que mais pessoas tenham morrido, adoecido e ficado com sequelas devido à resposta negligentemente homicida dada por Bolsonaro à pandemia.
As reconvocações de Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e de Marcelo Queiroga, atual titular da pasta, deverão acrescentar pouco do ponto de vista probatório ao que CPI já obteve nos depoimentos anteriores. No entanto, contribuem para manter uma pressão importante sobre o governo federal. O Palácio do Planalto não merece trégua. É mais produtivo para a saúde pública manter o presidente acuado.
A CPI deve manter o foco no genocida, porque ele ainda pode turbinar a terceira onda de covid no Brasil com o seu comportamento público irresponsável e negacionista. O número de infecções voltou a crescer no país. A vacinação continua a conta-gotas. A tragédia só se agrava. Não é hora de perder tempo com governadores.
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