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CPI deve evitar dar palco a Hang para desinformar e impedir que cave prisão
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O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), foi feliz ao comparar o empresário bolsonarista Luciano Hang ao Coringa interpretado por Joaquin Phoenix. O personagem folclórico que Hang incorpora equivale à máscara que encobre a psicopatia do Coringa.
No depoimento de hoje, a CPI precisa ter o cuidado de evitar dar palco a um dos piores personagens do bolsonarismo. Ele vai tentar desinformar. Hang tem sido investigado pelo financiamento de fake news e por ter difundido a farsa do tratamento precoce como figura de destaque do gabinete paralelo que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro na pandemia.
Ele é um criminoso que tem prática parecida com a dos empresários da Prevent Senior. O dono da Havan trata seus funcionários como soldados e fez pressão para que aderissem a Bolsonaro em 2018. Nas lojas da Havan poderia ser adotado o lema nazista "lealdade e obediência" usado nos hospitais da Prevent Senior.
É bobagem dizer que Hang não deveria ter sido convocado para evitar dar palco a um negacionista. Ora, cabe aos senadores conduzir o depoimento para que o palhaço do bolsonarismo não roube a cena. É fundamental ouvir um empresário que está na linha de frente do obscurantismo que assolou o país nos últimos anos.
Não ouvir Hang equivaleria à decisão, que parece já tomada, de não chamar o ministro da Defesa, Braga Netto, para depor. Seria uma omissão vergonhosa de senadores que já foram tão a fundo na descoberta dos crimes de responsabilidade e delitos comuns de Bolsonaro e sua horda de bárbaros.
Em relação a uma eventual prisão, os senadores não deveriam descartá-la. O próprio Hang já fez piada no vídeo em que mostra uma algema e diz que daria uma chave para cada senador que quisesse prendê-lo no depoimento desta quarta-feira.
A depender do ritmo do depoimento, pode ser necessário dar-lhe voz de prisão, mas o embasamento da decisão deve ser mais bem fundamentado para impedir que, no fim do dia, ele saia pela porta dos fundos do Senado como aconteceu com Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
Cúmplices
Ao longo do dia de ontem, as redes sociais foram dominadas por comentários de democratas de pandemia surpresos com a gravidade do depoimento da advogada Bruna Morato, que representa um grupo de médicos que denuncia uma indústria da morte na Prevent Senior. Ora, quem poderia imaginar que eleger um fã do torturador Brilhante Ustra daria no que deu?
Trabalho adiante
Após o depoimento da advogada Bruna Morato, a CPI não pode encerrar os trabalhos a toque de caixa. Tem muita coisa para ser investigada.
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