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Plano de Lula para ter Alckmin de vice passa por PSD e Pacheco
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O plano do ex-presidente Lula para ter o ex-governador Geraldo Alckmin como candidato a vice na chapa para 2022 passa por uma tentativa de composição com o PSD. Lula quer ampliar o seu arco de alianças políticas para a centro-direita, indo além das legendas de esquerda.
A chapa Lula-Alckmin tem dificuldades para ser viabilizada. O petista quer. O ainda tucano tem resistência à ideia devido ao passado de divergências entre os dois e seus atuais partidos (PT e PSDB) e também porque sonha com o retorno ao Palácio dos Bandeirantes em 2022.
Lula gostaria de formar uma aliança eleitoral que fosse o embrião de uma futura base de apoio parlamentar. No momento, as conversas para composições formais com o PT correm bem com o PSB, o PC do B e o PSOL (este com um pouco mais de obstáculos).
Houve um momento em que Alckmin cogitou ingressar no PSB, mas hoje a preferência dele é pela filiação ao PSD de Gilberto Kassab, que também tem as suas resistências para uma aliança com o PT.
No momento, Kassab gostaria de apresentar Alckmin para concorrer ao governo paulista e lançou o balão de ensaio da candidatura presidencial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que acabou de se filiar ao PSD.
Nos planos de Lula, já transmitidos a Kassab, se Alckmin topar ser vice, ele e o PT apoiariam uma eventual candidatura de Rodrigo Pacheco ao governo de Minas. No meio do mandato, ele não teria nada a perder. Se vier a ser derrotado, Lula se comprometeria a dar suporte a uma reeleição de Pacheco para comandar o Senado.
O apoio à candidatura de Pacheco ao governo mineiro dependeria de uma mudança de rota interna no PSD, que filiou em 2019 o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Internamente, a preferência seria de Kalil, mas Pacheco ganhou visibilidade nacional maior e poderia ser um candidato mais competitivo.
Em resumo, Lula sinalizou com expectativas de poder que interessariam a Kassab, que, no passado, já deu o cano em negociações com o PT — a mais importante foi mudar de lado e apoiar o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
Existem resistências a Alckmin, Kassab e PSD na esquerda do PT e no entorno do ex-presidente. A principal seria o nível de confiabilidade para evitar um golpe parlamentar como o sofrido por Dilma. A política de segurança pública de Alckmin também é muito criticada pelo PT e por setores sociais que têm hoje simpatia pela candidatura de Lula.
Em relação a Alckmin, o resultado das prévias presidenciais do PSDB terá peso na decisão sobre seu futuro eleitoral. Se o atual governador de São Paulo, João Doria, vencer e for o candidato do partido ao Palácio do Planalto, isso abriria mais espaço para Alckmin se lançar no projeto paulista.
Se Doria perder para o governador Eduardo Leite (RS) e decidir concorrer à reeleição em São Paulo, a estrutura estadual do PSDB e o peso da máquina governamental levariam Alckmin a uma reflexão sobre o risco entre as duas possibilidades: vice de Lula e Palácio dos Bandeirantes.
Lula já sonhou com a possibilidade de ter a empresária Luiza Trajano como vice, filiando-a ao PSB. Ela resiste a entrar na política. Um vice considerado leal e preparado por Lula e os petistas seria o governador do Maranhão, Flávio Dino, que deixou o PC do B para se filiar ao PSB.
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