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Kennedy Alencar

REPORTAGEM

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Com graça a Silveira, Bolsonaro atinge 1.175 casos de assédio institucional

Colunista do UOL

28/04/2022 20h30

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Na sua política de destruição institucional, o presidente Jair Bolsonaro bate recordes seguidos de uma recente forma de assédio. Trata-se do assédio institucional, que pode ser entendido como uma estratégia deliberada de enfraquecimento de políticas públicas construídas desde a redemocratização de 1985.

O livro "Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e Desconstrução do Estado" será lançado na terça-feira que vem na Câmara dos Deputados, em Brasília. O assediômetro contabiliza 1.175 casos no governo Bolsonaro, incluída a graça concedida por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos e nove meses de prisão por crimes contra a democracia.

O livro foi organizado por José Celso Cardoso Jr., presidente da Afipea (Associação dos Funcionários do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, uma fundação vinculada ao Ministério da Economia).

Esse tipo de assédio não é novo no poder público. Surgiu no impeachment de Dilma Rousseff (golpe parlamentar), mas ganhou impulso com Bolsonaro devido à estratégia de destruição das políticas públicas. O assédio institucional é uma prática que vai além do assédio moral e individual. Ele atinge as instituições do estado.

Exemplos: o desmonte da fiscalização ambiental no Ibama e no ICMBio, corte no orçamento do IBGE, flexibilização da legislação sobre terras públicas (o que facilita invasões), paralisação de políticas culturais (caso Ancine) e os projetos para permitir garimpo e exploração agrícola em reservas indígenas.

Assista acima à entrevista concedida por José Celso Cardoso Jr. ao "UOL News" na noite desta quinta-feira, na qual ele diz que o assédio institucional é um "método" do governo Bolsonaro.